Diário do Bolso

Com Coronavac e rachadinha, ontem levei duas bolas nas costas

O pior é que, no meu caso, foram duas bolas recuadas por caras do meu próprio time

Reprodução / Redes Sociais
Reprodução / Redes Sociais

Diário, ontem levei duas bolas nas costas.

Não, pô, não é isso, não! Não vem com gracinha que o treco é sério!

A gente fala “bola nas costas” quando toma um contra-ataque e… ah, você entendeu.

O pior é que, no meu caso, foram duas bolas recuadas por caras do meu próprio time.

A primeira bola foi os comunanvisianos aprovarem a Coronavac pra criança. Pô, agora o Calça Apertada vai dizer que ele é bonzinho, que se preocupa com criancinha e o escambau. E eu vou ficar de bruxo malvado. O jeito vai ser espalhar que a vacina chinesa muda o DNA, que estão fazendo as crianças de cobaia e blábláblá. Pelo menos 20% do pessoal acredita nisso, e assim eu garanto o meu segundo turno.

A outra bola nas costas foi o depoimento do Jacaré pra Veja. Jacaré é o apelido do Waldir Ferraz, meu amigo desde o tempo em que eu não era ninguém. Ele até diz que é o Zero-Zero, porque veio antes do 01, do 02, etc…

O Jacaré deu uma entrevista pra Veja e confirmou que existia rachadinha nos meus gabinetes. Claro que ele falou que era tudo um esquema da Ana Cristina, minha segunda ex-mulher, e que eu não sabia de nada. Mas numa hora lá ele escorregou e disse: “Quem assinava era ele. Ele vai dizer que não sabe? É batom na cueca. Como é que você vai explicar? Ele está administrando. Não tem muito o que fazer”.


Eu entendo muito de mentirologia. Sou um estudioso profundo. Um mentirólogo!


O Jacaré tentou me deixar como inocente, mas bancou o Amigo da Onça, porque disse que existia mesmo rachadinha. E isso aí é ruim, pô. A gente tem que deixar uma dúvida no ar, dizer que é tudo mentira, que ninguém consegue provar nada, aquelas coisas de advogado. Mas ele confirmou a existência do crime. Aí complica.

Ele até falou que eu só descobri tudo em 2018. Mas quem vai acreditar? É só ver todos os imóveis que eu comprei com a Ana Cristina, aquele monte de casa e terreno. Aliás, a Veja foi atrás da Ana, que disse: “Não sou mentora da rachadinha. Ele (Bolsonaro) me chamava de sargentona, mas quem mandava no gabinete era ele. Quem assina as nomeações e exonerações é o parlamentar.”

Pô, Diário, que saudade dos meus tempos de deputado, quando ninguém me investigava.

Eu não sabia que ia virar astro do BBB, o Big Brother dos Bolsonaro.


Torero

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