Complicômetro

Suíça manda os extratos das contas que Cunha jura não ter

Num dia em que as forças pró-golpe contra Dilma esperam comemorar as manchetes vindas do TCU, cerco se fecha também sobre o deputado. E também sobre presidente do DEM, Agripino Maia

Segundo notícias de hoje, provas se avolumam

A Procuradoria-Geral da República (PGR) já tem em mãos extratos bancários encaminhados pelo Ministério Público da Suíça que comprovam que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), usou empresas offshore para movimentar contas bancárias no país. Segundo notícias veiculadas hoje em alguns portais, os documentos ratificam o depoimento de lobista que entregou Cunha.

A PGR já teria avaliado os extratos bancários encaminhados e atestado a veracidade do depoimento do lobista e da existência das contas vinculadas a Cunha. No paraíso fiscal, onde foram depositados e bloqueados US$ 5 milhões, haveria também contas em nome da mulher e de uma filha de Cunha.

Ainda por conta de um outro pedido de inquérito feito pela PGR, a assessoria do senador Agripino Maia (DEM-RN) disse na segunda-feira (5) que a acusação contra ele – de corrupção passiva e lavagem de dinheiro – “é absurda, inverídica e descabida”. Mas o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, não concorda.

Barroso acatou hoje o pedido da PGR e decidiu pela abertura de inquérito contra o senador potiguar. A Procuradoria-Geral usou mensagens trocadas entre Agripino e o empreiteiro, além do depoimento do doleiro Alberto Youssef, um dos delatores da Operação Lava Jato, para levantar suspeitas contra o parlamentar. Youssef disse aos investigadores que administrou o caixa dois da OAS, e enviou R$ 3 milhões em espécie para Natal, por meio de um ex-funcionário, que admitiu ter transportado valores para a capital do Rio Grande do Norte. O dinheiro teria sido desviado das obras de construção do estádio Arena das Dunas, em Natal, para a Copa do Mundo de 2014. Agripino já era investigado por suspeita de ter cobrado caixinha de R$ 1 milhão de esquema de corrupção só sistema de inspeção veicular em seu estado.

Enquanto isso, seus companheiros da tropa de choque empenhada em derrubar a presidenta da República ocupam os camarotes do TCU, onde estão sendo julgadas as contas de 2014 de Dilma. Estão lá na torcida o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), o mesmo que disse que Cunha merece o “benefício da dúvida”, o líder do DEM, Mendonça Filho (PE), o presidente do SD, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (SP), entre outros indignados com a corrupção.