Licitação fraudulenta do Metrô e a Folha de São Paulo

No mundo sindical, na turma da nova mídia, entre setores da esquerda e militantes de causas sociais, tudo que sai da Folha de S. Paulo é colocado em dúvida. Se […]

No mundo sindical, na turma da nova mídia, entre setores da esquerda e militantes de causas sociais, tudo que sai da Folha de S. Paulo é colocado em dúvida. Se é pesquisa do Datafolha, o comentário é de desconfiança: “talvez estejam escondendo alguns números, pode ser maior aqui e ali”. Mesmo quando o resultado é favorável à Dilma Rousseff, a desconfiança continua, supondo-se que há alguma trama para ajudar o Serra: “vai ver que eles querem que os militantes, diante de resultados positivos, parem a campanha”.  E por aí vão também alguns exageros.

Histórias reais para essa desconfiança não faltam. São tantos os casos que a Folha manipulou desde a “ditabranda”, passando pela ficha falsa de Dilma na ditadura, o falso dossiê de campanha, os escândalos de José Roberto Arruda em Brasília, sua ligação com outros governos DEM/Tucanos em São Paulo e Curitiba, a participação do senador Eduardo Azeredo (PSDB) na origem do mensalação e mais recentemente, na quebra de sigilo na Receita Federal, que tudo tenha se iniciado no embate entre Serra e Aécio. Certamente os internautas vão acrescentar à esta lista outras tão ou mais importante manipulações dos Frias.

No caso da divulgação das fraudes na licitação do Metrô, a Folha sabia há meses que a licitação seria fraudada e poderia ter divulgado no dia do anúncio do resultado, mas não o fez. Lanço então a pergunta, por que a Folha esperou passar seis dias para divulgar a fraude? Certamente, foi um atraso calculado.

Sabedora que a fraude se tornaria pública e ainda que a Folha sabia e não o fez a divulgação, seria um duplo caso de omissão de informação. Assim, para não ser desmascarada pela nova mídia, a Folha optou por divulgar, mas esperou o depoimento de Erenice Guerra, ex-ministra-chefe da Casa Civil, na segunda-feira (25). A Folha esperou para divulgar para provocar um empate de denúncias. Daria ênfase à Erenice e enfiaria a nota do Metrô na mesma edição. Como se vê, a Folha continua a mesma, que “não dá para confiar”.