Depoimento de doleiro é aposta para evitar arquivamento da operação Castelo de Areia

São Paulo – O depoimento de um doleiro virou a aposta para evitar que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) arquive as investigações da Operação Castelo de Areia. A investida […]

São Paulo – O depoimento de um doleiro virou a aposta para evitar que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) arquive as investigações da Operação Castelo de Areia. A investida da Polícia Federal mostrou, a partir de 2009, o pagamento de propinas pela empreiteira Camargo Corrêa a políticos de diversos partidos em troca de favorecimento em licitações.

De acordo com o repórter Fausto Macedo, do jornal O Estado de S. Paulo, é esta a arma que a Procuradoria da República tem para evitar que o caso vá para a gaveta. Caso não fique comprovada a veracidade das informações fornecidas pelo doleiro, a tendência é de que seja seguido o mesmo argumento utilizado em outros casos, de que uma investigação não pode ser baseada simplesmente em denúncia anônima. Na próxima terça-feira (15), o STJ julga o habeas corpus por meio do qual a Camargo Corrêa pede o trancamento da ação.

Em 2007, o doleiro que contribui com o ministério público citou políticos, empresários, instituições financeiras e advogados que estariam envolvidos em crimes financeiros, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. A declaração resultou em pena de três anos e três meses para o doleiro e deu origem a três outras operações da Polícia Federal, todas na investigação de crimes tributários.

As investigações da Castelo de Areia levaram a uma extensa lista de políticos denunciados por receber propina da empreiteira. O dinheiro comprava favores em licitações de obras públicas, que acabavam vencidas pela Camargo Corrêa, dando início a um novo esquema de superfaturamento com recursos enviados ilegalmente a paraísos fiscais.