Paulo Henrique Amorim: minuta de lei de meios é remendo

Projeto do ex-ministro Franklin Martins é remendado antes de sair da gaveta (Foto: Marcello Casal/ABr) São Paulo – O portal Teletime, especializado em telecomunicações, trouxe na última quarta (6) reportagem […]

Projeto do ex-ministro Franklin Martins é remendado antes de sair da gaveta (Foto: Marcello Casal/ABr)

São Paulo – O portal Teletime, especializado em telecomunicações, trouxe na última quarta (6) reportagem de Helton Posseti e Samuel Possebon sobre projeto de regulação da mídia preparada pelo Ministério das Comunicações. O texto traz inclusive link para a íntegra da minuta.

O blog Conversa Afiada, do jornalista Paulo Henrique Amorim, postou hoje (8) comentário a respeito. Para ele o texto é um “remendão”, por não tratar do que chama de “câncer” – a propriedade cruzada, que sustenta o atual quadro de monopólio das redes. Leia a seguir a crítica de Amorim:

Navalha

Demorou, demorou, e a montanha deu à luz um remendão.

Para atualizar a Lei de Radiodifusão, do Governo Goulart, quando não havia rede nacional de televisão, cabo e apenas dois milhões de espectadores, Paulo Bernardo despertou e saiu-se com isso.

É um remendo de regulamentos, que não trata da tevê de alta definição, dos 20 milhões de espectadores que acessam a tevê aberta por satélite, e não mete a mão no câncer.

A propriedade cruzada, por exemplo.

O monopólio.

A produção regional obrigatória.

A proibição de políticos e seus laranjas terem emissora de televisão.

Leia reportagem de capa 
da Revista do Brasil 

de março: Liberdade de 

Revista do Brasil 69 - Março 2012

E o Bernardo ?

Nada.

Faz essa tênue ameaça à Urubóloga: sim, porque ninguém mais faz proselitismo na televisão do que a Urubóloga.

Só assim se pode entender essa preocupação com o proselitismo.

O proselitismo deslavado: da Globo e seus colonistas (*), que anunciam todo dia o desmanche da Economia (brasileira e Universal), desde o fim do neolibelismo (**); a editoria “o Brasil é uma m…”, que inscreve reportagens em todos os telejornais (sic) da Globo; e o sequestro da informação, como a tentativa de esconder o livro A Privataria Tucana.

Sem falar que a Globo é o “maior partido politico do Brasil”, dizia o Brizola.

E, todo dia, trabalha para derrubar presidentes trabalhistas – no poder ou fora dele, como faz com o Nunca Dantes, perseguido, até no hospital.

E o Bernardo?

Nada.

O Bernardo se curvou diante do Gigante.

Sim, porque o vácuo institucional que prevalece desde 1963 só beneficiou aquele que fez a aliança mais profunda com os governantes militares: o Dr Roberto Marinho.

Os filhos do Roberto Marinho – porque não têm nome próprio – devem estar a rir desse remendão do Bernardo.

É isso?

Ora, e nós com medo do pior …, dirão eles, aliviados, enquanto assistem ao jornal nacional na suposição de que foi aquilo o que ocorreu no Brasil e no mundo.

Chama o Franklin, Bernardo !

Só há uma explicação para o remendão: demonstrar de forma inequívoca que é necessário fazer uma Lei Eletrônica de Massa.

Como aquela que o Serjão deixou – foram três versões – de herança ao Fernando Henrique e o Fernando Henrique mandou para a gaveta.

Com medo da Globo.

Como a do Franklin, que teve o mesmo destino.

Sobre o Bernardo, amigo navegante, diria o Barão de Itararé: de onde menos se espera daí mesmo é que não sai nada.