Aécio despacha Serra para o PSD de Kassab: ‘Seja feliz em 2014’

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Dupla começou no processo eleitoral de 2004 com Kassab candidato a vice-prefeito na chapa de Serra

Depois de ver naufragar a fusão entre PPS e PMN para criação do Mobilização Democrática, que iria abrigar o tucano José Serra para a disputa eleitoral à Presidência da República em 2014, agora é a vez do PSD do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab buscar a filiação de José Serra. Kassab tem como meta o governo de São Paulo e já tem se declarado candidato. Para disputar a Presidência, Kassab escolheu seu colega José Serra. Nos bastidores, políticos do PSD confirmam o convite e aguardam a resposta.

No final de junho, Serra teve uma conversa com Kassab. O argumento colocado por aliados do tucano é o de que se ele conseguisse viabilizar uma candidatura presidencial pelo PSD teria tempo de televisão semelhante ao do senador Aécio Neves (PSDB-MG), candidato tucano ao Palácio do Planalto. Mas Serra adora brincar de esconde-esconde nas eleições em que participa. Em 1996, escondeu a si mesmo e não foi nem para o segundo turno. Em 2002, escondeu FHC, mesmo tendo sido ministro do Planejamento e da Saúde durante seu governo. Em 2010, escondeu FHC, Alckmin e o PSDB inteiro (ou será que foram eles que se esconderam do Serra?). Agora, se escondeu de Kassab. Enquanto o ex-prefeito aguarda resposta, ele passeia no exterior.

Serra vinha se apoiando no MD do deputado Roberto Freire (PPS-SP) para difundir a tese de que possui outras opções políticas fora de seu partido. Com a desistência do PMN fazer negócios com Roberto Freire, o tucano se prepara para pular para o barco de Kassab. As especulações sobre a saída do ex-governador do PSDB ganhou mais força no domingo (14), quando Aécio Neves despediu-se de Serra desejando felicidade em 2014: “Respeito qualquer que seja a decisão do companheiro José Serra. É uma decisão muito pessoal. Desejo pessoalmente que ele seja feliz em 2014 e que as oposições possam vencer as eleições”.

O paulistano quer Kassab de novo?

Filiado ao PL pelas mãos de Guilherme Afif, Gilberto Kassab foi eleito vereador em 1992 e integrou o “centrão”, núcleo do toma-lá-dá-cá na Câmara. Mais tarde, em 1997, já pelo DEM (então PFL), Kassab foi secretário de Planejamento do governo Celso Pitta, uma das administrações mais desastrosas que a cidade de São Paulo já teve. Até que, em 2004, tornou-se vice na chapa de Serra nas eleições municipais. Dois anos depois, quando o tucano abandonou a prefeitura para disputar o governo do estado, ganhou de presente o cargo de prefeito. Nas eleições municipais de 2008, escudado por Serra, concorreu à reeleição. Mentiu descaradamente, maquiou os problemas de São Paulo, investiu pesado na rejeição da ex-prefeita Marta Suplicy e conseguiu se eleger para mais quatro anos. O resultado foi  uma espécie de segunda gestão Pitta. E ele quer mais!

Más notícias aos adversários

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, esteve em Minas Gerais na sexta-feira (12) para receber do governador Antonio Anastásia (PSDB) a medalha JK, concedida a ele em 2009 pelo então governador tucano Aécio Neves. Depois de almoçar com os tucanos, Gurgel revelou que nos próximos dias vai emitir parecer sobre representação de que Aécio declarou à Justiça Eleitoral patrimônio de R$ 617 mil, mas foi flagrado em uma blitz da Lei Seca no Rio dirigindo um Land Rover avaliado em pouco mais de R$ 300 mil. O carro estava em nome da Rádio Arco-Íris, que pertence a Aécio. A empresa foi registrada na Junta Comercial de Minas Gerais (Jucemg) com capital social de R$ 200 mil. Na sua frota havia outros 11 veículos, sendo pelo menos três importados.

No mesmo dia, Gurgel anunciou também que o julgamento do mensalão mineiro do PSDB, também chamado de valerioduto tucano envolvendo Azeredo, poderá ocorrer no começo de 2014, tão logo seja concluído pelo STF o julgamento da Ação Penal 470, o mensalão.

Para quem não lembra: relatório da Polícia Federal aponta esquema em Minas, em 1998, tendo o então governador, Azeredo, como seu principal beneficiário. Segundo a investigação, pelo menos R$ 5,17 milhões, em valores da época, saíram de estatais mineiras para o esquema de arrecadação paralela de recursos da campanha de Azeredo, por meio da agência SMPB, do empresário Marcos Valério.Os desvios ocorreram por meio de cotas de patrocínio de eventos e publicidade fictícia. Aécio é citado em uma lista como beneficiário de R$ 110 mil na campanha de 1998, então candidato a deputado federal.

Más notícias também para Eduardo Campos

A oposição do governador de Pernambuco, Eduardo Campos  (PSB), acena com a possibilidade de uma CPI depois de o Jornal do Comércio publicar  no domingo (14) que nos últimos 18 meses o governador gastou R$ 5,7 milhões com locação de jatinhos e helicópteros: R$ 4,3 milhões em 2012 e R$ 1,4 milhão nos seis primeiros meses deste ano.

Faltando mais de um ano para as eleições, a guerra já começou. Agora é aguardar para saber se o “povão” vai escolher o mesmo dos mesmos.