Foi a maior goleada da Copa em quantidade de tentos marcados, não necessariamente na diferença entre vencedor e derrotado. Em atuação de gala, a França destruiu o sistema defensivo da Suíça – literal e metaforicamente – e fica perto da classificação para as oitavas-de-final. A confirmação depende do resultado de Equador e Honduras, que jogam logo mais às 19h.

Uma goleada sofrida pela Suíça torna tentadores os trocadilhos. O chocolate aplicado justo contra a nação conhecida pelas iguarias derivadas do cacau, a zaga esburacada qual um queijo emmentaler, a capacidade de conter os francês que mais parecia uma panela de fondue…

O primeiro lance que marcou a peleja foi uma jogada nada bela, o ferimento na cabeça do suíço Von Bergen, aos 7 minutos. Numa disputa mais dura com Giroud, o zagueiro levou a pior e saiu do jogo sangrando muito. Foi substituído por Senderos.

O dono da defesa suíça fez falta. Benzema e companhia fizeram a festa na seleção que, nas últimas copas, mostrou retaguardas sólidas. Em 2006, por exemplo, o time foi eliminado nas oitavas-de-final nos pênaltis, sem tomar um gol sequer em todo o campeonato. Em 2010, apesar da eliminação na primeira fase, apenas um tento sofrido.

A partir daí, só deu França. Aos 16 minutos, Giroud subiu mais que a zaga e cabeceou para o gol de Benaglio, que não alcançou. A Suíça mal teve tempo de se recompor pelo revés. Aos 17, Matuidi aproveitou a saída errada dos adversários, invadiu a área com a bola dominada e fuzilou no canto, sem chance de defesa.

Mas ainda parecia que a Suíça poderia reagir. Aos 26, Xhaka chegou a balançar a rede para a Suíça, mas a arbitragem marcou o impedimento. Dois minutos depois, o atacante suíço Mehmedi chutou rasteiro da entrada da área para a defesa de Lloris. No rebote, Shaqiri bateu para fora, rente à trave esquerda.

Aos 31, no entanto, a zaga suíça se complicou. Benzema dominou a bola na área, em direção à linha de fundo. Mesmo sem grande perigo no lance, o zagueiro Djourou fez a falta. Na cobrança, Benzema bateu a meia altura, para a defesa de Benaglio. No rebote, Cabaye chutou no travessão.

O pênalti perdido não abalou a moral francesa, que puxou contra-ataque matador. Giroud recebeu na esquerda, avançou sem marcação e cruzou na medida para Valbuena, que empurrou para dentro da meta vermelha, aos 39. Aos 41, Benaglio ainda teve que praticar uma defesa difícil em mais uma finalização de Valbuena.

O segundo tempo foi ainda mais animado. Diferentemente da disputa contra Honduras, desta vez, mesmo com o placar dilatado, a França voltou buscando jogo. A Suíça, por sua vez, tentava pressionar, mas esbarrava numa defesa bem postada. Aos 19, Lichtsteiner chegou à linha de fundo e cruzou para trás. Mehmedi dominou sem marcação dentro da área, e chutou por sobre o travessão de Llori.

Em resposta, a França foi ao ataque e marcou mais um. Pogba recebeu de Sissoko na direita e cruzou. Senderos furou e Benzema finalizou na saída de Benaglio para fazer o quarto.

A Suíça continuava atordoada e a França, voando. Aos 27, Benzema abriu na direita da área, Sissoko chegou chutando e acertou o canto direito de Benaglio.

Finalmente a França afrouxou um pouco e deu espaço para a Suíça, que, num momento em que parecia morta, marcou dois gols. O primeiro de Dzemilli, de falta, que passou por baixo da barreira, e o segundo de Xhaka, em clara desatenção da defesa. No último lance, a França quase ampliou com Benzema. A bola chegou a entrar, mas a arbitragem não validou, pois o jogo já havia sido encerrado.