Vazamento de petróleo mostra necessidade de investimento em prevenção
Ibama diz que danos ambientais do vazamento da Bacia de Campos ainda não podem ser dimensionados e vê pouca chance de a mancha chegar ao litoral do país
Publicado 23/11/2011 - 18h51
O presidente da Petrobras afirma que o problema principal é a prevenção do acidente, é evitar que ele ocorra (Foto: Antonio Cruz/Arquivo Agência Brasil)
São Paulo – O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, evitou comentar sobre o vazamento da Chevron na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, embora a estatal tenha participação minoritária no Campo do Frade. Ele defendeu apenas a necessidade de se investir em segurança e prevenção de acidentes.
“O problema principal é a prevenção do acidente, é evitar que ele ocorra”, disse Gabrielli durante o 5º Fórum Brasileiro de Executivo de Finanças de Óleo e Gás, nesta quarta-feira (23). Ele não revelou o montante investido pela Petrobras na área, alegando que o valor é menos importante do que a segurança em si.
O óleo começou a vazar de uma das plataformas da petroleira norte-americana Chevron, no Campo de Frade, há duas semanas. A Agência Nacional de Petróleo (ANP) estima que o equivalente a 2,3 mil barris de petróleo tenham vazado no oceano – 365,7 mil litros.
O presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Curt Trennepohl, disse não haver avaliação do dano ambiental. Também nesta quarta, ele afirmou não haver “informações concretas” de mortes de animais e que é “muita remota” a possibilidade de a mancha atingir o litoral. A Secretaria do Meio Ambiente do Rio de Janeiro divulgou, porém, a previsão de que a chegada do óleo poderia acontecer em um mês e meio.
“Nós temos que estar frequentemente preocupados em prevenir acidentes. Isso significa mudar a cultura da operação”, prosseguiu. Gabrielle defendeu procedimentos mais rígidos e ampliar a “consciência do risco operacional” em todas as dimensões do trabalho. “Você pode ter o melhor investimento do mundo, mas se não tiver procedimentos, se não tiver cultura em prevenção, o acidente ocorre”, disse.
Embora se referisse a danos ao ambiente, como vazamentos, o presidente da Petrobras não fez referências aos acidentes de trabalho. Segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP), 310 trabalhadores morreram nessas circunstâncias desde 1995 – 16 apenas em 2011. A terceirização e diferenças de treinamento e de equipamentos de proteção individual são apontadas pelos sindicalistas como principal causa do problema.
Com informações da Agência Brasil
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