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Cinco gases poluentes (e perigosos) que respiramos todos os dias

Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) aponta que a poluição atmosférica é responsável por cerca de 7 milhões de mortes anuais no mundo, mais de cinco vezes o número de pessoas mortas em colisões rodoviárias e também superior ao total oficial de mortes decorrentes da covid-19

Agliberto Lima/Fotos Públicas
Agliberto Lima/Fotos Públicas
Poluição do ar também está indissociavelmente ligada às mudanças climáticas

São Paulo –  Na semana passada, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) publicou dados sobre cinco gases poluentes e nocivos à saúde humana e ao meio ambiente. E destacou que a poluição atmosférica é responsável por cerca de 7 milhões de mortes anuais, mais de cinco vezes o número de pessoas mortas em colisões rodoviárias e também superior ao total oficial de mortes decorrentes da covid-19 no planeta.

Nove em cada 10 de nós respiram ar contendo níveis de poluentes que excedem os limites estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Além disso, a poluição do ar também está indissociavelmente ligada às mudanças climáticas pois poluentes como metano, carbono negro e ozônio no nível do solo têm um impacto maior no aquecimento global.

“Temos a capacidade e o conhecimento para melhorar a qualidade do ar e, quando o fazemos, também mitigamos as mudanças climáticas, aumentamos a expectativa de vida, melhoramos a saúde humana e ecossistêmica, aumentamos a produtividade das culturas e sustentamos o desenvolvimento”, aponta Valentin Foltescu, diretor sênior de gestão de programas do Pnuma.

Aqui estão cinco dos gases poluentes mais perigosos do nosso ar:

PM2,5

São partículas finas de 2,5 mícrons ou menos de diâmetro, invisíveis a olho nu, embora perceptíveis como néova em áreas altamente poluídas, presentes dentro e fora de casa. As partículas PM2,5 vêm de combustíveis impuros utilizados para cozinhar ou aquecer, resíduos agrícolas, atividades industriais, transporte e poeira levada pelo vento, entre outras fontes.

As partículas penetram profundamente nos pulmões e corrente sanguínea, aumentando o risco de morte por doenças cardíacas e pulmonares, derrame e câncer. Elas podem ser emitidas diretamente ou formadas na atmosfera a partir da emissão de poluentes distintos como amônia e compostos orgânicos voláteis.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, há provas científicas suficientes para afirmar que a exposição mais nociva, de uma forma geral, a partículas em suspensão é a exposição prolongada a partículas finas (PM2,5).

Ozônio ao nível do solo

O ozônio no nível do solo, ou ozônio troposférico, é um poluente climático de curta duração e, embora exista apenas por alguns dias a algumas semanas, é um forte gás de efeito estufa. Ele é formado quando poluentes da indústria, tráfego, resíduos e produção de energia interagem na presença da luz solar, piora doenças como bronquite e enfisema, desencadeia asma, danifica tecidos pulmonares e reduz a produtividade das culturas.

A exposição ao ozônio no solo causa cerca de 472 mil mortes prematuras a cada ano. Como ele prejudica o crescimento de plantas e florestas, também reduz a quantidade de carbono que pode ser sequestrado – negando à natureza sua defesa mais básica.

Dióxido de nitrogênio (NO2)

Óxidos de nitrogênio são um grupo de compostos químicos poluentes do ar, incluindo dióxido de nitrogênio (NO2) e monóxido de nitrogênio. O NO2 é o mais prejudicial desses compostos e é gerado a partir da combustão de motores de combustível e indústria. Pode danificar o coração humano e os pulmões e reduz a visibilidade atmosférica em altas concentrações. É ainda um precursor crítico para a formação de ozônio no nível do solo.

Carbono Negro (fuligem)

O carbono negro, ou fuligem, é um componente do PM2,5 e é um poluente climático de curta duração. Queima agrícola para limpar terras e os incêndios que às vezes delas resultam são as maiores fontes de emissão deste poluente no mundo. Também vem de motores diesel, lixo queimado, fogões e fornos que combustão de combustíveis fósseis e biomassa. Pode causar morte prematura e também aumenta o risco de demência.

As emissões vêm diminuindo nas últimas décadas em muitos países desenvolvidos devido a regulamentações mais rigorosas da qualidade do ar, mas ainda são altas em muitos países em desenvolvimento. Como resultado da queima de biomassa aberta e da combustão de combustível sólido residencial, a Ásia, a África e a América Latina contribuem com aproximadamente 88% das emissões globais de carbono negro.

Metano

O metano é produzido principalmente a partir da atividade agrícola, em especial da pecuária, esgoto e resíduos sólidos, além da da produção de petróleo e gás. Também ajuda a criar ozônio no nível do solo, contribuindo para doenças respiratórias crônicas e morte prematura.

Pesquisas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) mostram que o metano – um grande poluente climático de curta duração – é responsável por pelo menos um quarto do aquecimento global atual.

Com informações de UN News

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