Verdade em vídeo

Série de vídeos desmente ‘fake news’ de Bolsonaro sobre meio ambiente

Iniciativa do Observatório do Clima tem primeiro episódio exibido no dia de abertura das campanhas. Questão ambiental deve crescer no debate eleitoral

Fakebook.eco/Reprodução
Fakebook.eco/Reprodução

São Paulo – No dia em que se iniciou oficialmente a campanha eleitoral, ontem (16), uma série de vídeos foi lançada para desmentir informações falsas, as fake news, sobre o meio ambiente. Por exemplo, a de que o “Brasil é o país que mais preserva o meio ambiente no mundo”. Esse é, aliás, o tema do primeiro episódio divulgado pela página Fakebook.eco, uma iniciativa do Observatório do Clima, rede de organizações da sociedade civil. Narrado pela atriz e apresentadora Marina Person, o episódio curto e didático traz dados baseados em fontes confiáveis para refutar essas e outras inverdades repetidas principalmente pelo presidente e candidato Jair Bolsonaro (PL). 

Em setembro de 2020, na inauguração da Usina Fotovoltaica Coremas III, no município de Coremas, na Paraíba, o mandatário alegou que o Brasil seria “o país que mais preserva o meio ambiente”. E emendou: “Alguns não entendem como é o país que mais sofre ataques vindos de fora no tocante ao seu meio ambiente. O Brasil está de parabéns pela maneira que preserva seu meio ambiente”. 

A afirmação, no entanto, é falsa. A realidade é que o Brasil é o país que mais desmata no planeta. Ao menos 40% do desmatamento de florestas tropicais primárias acontece aqui. O equivalente a 10 cidades de São Paulo por ano, de acordo com dados do monitor Global Forest Watch.

Bolsonaro e as mentiras

O primeiro episódio da série de vídeos saiu propositalmente no mesmo dia em que o país iniciou oficialmente a campanha eleitoral.  “A gente sabe que o meio ambiente será assunto muito mais falado e debatido nessa campanha do que foi nas corridas eleitorais passadas. Então queremos estar com esses instrumentos afiados, com vídeos, que é uma comunicação muito fácil, os dados todos ali apontados de forma assertiva para não deixar dúvida sobre quem está falando a verdade e quem está mentido na agenda do meio ambiente”, explica o secretário-executivo do Observatório do Clima, Márcio Astrini.

Os próximos episódios desmentirão outros mitos, como os que dizem que “os países ricos querem barrar o desmatamento no Brasil para impedir o progresso nacional”. Ou ainda que o país possui “poucos indígenas para muitas terras”. Mentiras que também ganharam espaço nas falas de Bolsonaro

Desde seu primeiro ano de governo, o presidente argumenta que haveria “muita terra para pouco índio”, para justificar a paralisação na demarcação de Terras Indígenas. “Nos últimos três anos e meio, vimos uma enxurrada de desinformações e fake news sobre a área ambiental”, critica Astrini. 

Verificação de fatos

“O próprio presidente da República, por exemplo, já chegou a falar diversas mentiras sobre a área do meio ambiente. Usou a tribuna da ONU, inclusive, ara dizer que os indígenas e as pessoas que vivem na Amazônia, os caboclos e ribeirinhos eram responsáveis pelo desmatamento e as queimadas que aconteciam naquele bioma. Então é esse tipo de coisa, com dados científicos que vamos tentar repor. O governo tem um ímpeto de mentir muito grande, ele não tem limites para a mentira. Mas a gente também não tem preguiça de repor a verdade”, destaca o Observatório do Clima.

O primeiro episódio da série de vídeos que desmentem as fake news sobre o meio ambiente está disponível no canal do YouTube do Observatório do Clima. Pelo site do Fakebook.eco também serão publicadas verificações rápidas de autoridades sobre o meio ambiente. O objetivo é também aliar o método jornalístico de verificação de fatos com as referências científicas. 

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