homicídio qualificado

Polícia Civil de Minas Gerais pede prisão de sete por rompimento de barragem em Mariana

Entre os indiciados, está o presidente licenciado da Samarco (controladora da barragem), Ricardo Vescosi; pena pode variar de 15 a 41 anos de prisão

memória/ebc

O rompimento da barragem, que desencadeou a enxurrada de detritos, deixou 17 mortos e dois desaparecidos

São Paulo – Após mais de três meses de investigações e três prorrogações de prazos, a Polícia Civil de Minas Gerais apresentou hoje (23) o primeiro inquérito sobre o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG). O relatório veio em conjunto com o pedido de prisão preventiva para sete funcionários da empresa responsável pela tragédia, a mineradora Samarco.

Entre os indiciados está o presidente licenciado da empresa, Ricardo Vescosi. De acordo com informações de agências, os crimes apontados correspondem a homicídio qualificado (com dolo eventual), inundação e corrupção ou poluição de água potável. O inquérito corresponde à apuração de 19 homicídios em razão do desastre.

A pena para os possíveis sentenciados pelo crime de homicídio qualificado pode variar de 12 a 30 anos de reclusão, já para os outros delitos, inundação equivale de 3 a 6 anos e poluição de água potável, de 2 a 5 anos. Em entrevista coletiva, o delegado responsável, Rodrigo Bustamante, afirmou que todos os indiciados assumiram o risco do acidente e se omitiram após o rompimento da barragem.

Além de Vescosi, foram indiciados: Kléber Terra, diretor-geral de operações; Germano Lopes, gerente-geral de projetos; Wagner Alves, gerente de operações; Wanderson Silvério, coordenador técnico de planejamento e monitoramento; Daviely Rodrigues, gerente, e Samuel Paes Lourdes, engenheiro da empresa VogBR.

O inquérito da Polícia Civil apontou que a causa do desastre foi determinada pelo excesso de água nos rejeitos da barragem da Samarco. A empresa é controlada pela Vale e BHP Billiton. Além das mortes, a enxurrada de lama causou um estrago ambiental de grandes proporções na bacia do Rio Doce. Bustamante apontou o fato como “o maior desastre ambiental da história do país”.

Com agências