Com nova base de dados, saldo do emprego formal mantém crescimento
Saldo de março foi de 184 mil vagas com carteira, mais da metade no setor de serviços
Publicado 28/04/2021 - 13h28
São Paulo – O mercado formal no Brasil registrou saldo de 184.140 vagas em março, resultado de 1.608.007 admissões e 1.423.867 desligamentos. Os números são do “novo” Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgado nesta quarta-feira (28) pelo Ministério da Economia. O estoque de empregos com carteira assinada está em 40,2 milhões.
As informações do cadastro passaram a ser questionadas depois que o governo alterou a fonte de dados. Até 2019, as informações eram fornecidas pelas empresas. A partir de janeiro do ano passado, a base passou a ser o eSocial. Só órgãos públicos e organizações internacionais que contratam celetistas continuam sendo obrigadas a prestar informações.
Dados não comparáveis
A mudança mexeu com os resultados, como diz o próprio Ministério da Economia na área destinada ao Caged. “Embora a maior parte das empresas esteja obrigada a declarar o eSocial, muitas deixaram de prestar informações de desligamentos a este sistema. Para viabilizar a divulgação das estatísticas do emprego formal durante esse período de transição, vem sendo feita a imputação de dados de outras fontes.”
Dessa forma, os dados a partir de 2020 não são comparáveis aos de anos anteriores. O que não impede representantes do governo de alardear “recordes” no emprego formal.
Serviços sustentam março
Do saldo de março, mais da metade veio do setor de serviços: 95.553. Destaque para o segmento que inclui administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde e serviços sociais (55.274). A indústria abriu 42.150 postos formais e a construção, 25.020. O setor de comércio/reparação de veículos teve saldo menor (17.986) e a agropecuária criou 3.535 vagas.
De janeiro a março, o saldo do Caged é de 837.074 empregos com carteira, sendo 341.246 nos serviços. Foram 4.940.568 contratações e 4.103.494 demissões. Comparado a igual período de 2020, o volume de admissões cresce 15,8%, enquanto o de desligamentos cai 1,3%.
No que o governo chama de “modernização trabalhista”, o país registrou saldo de 21.079 vagas no primeiro trimestre: 13.138 no trabalho intermitente e 7.941 no parcial. Ao mesmo tempo, o número de desligamentos “por acordo” somou 52.102.
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