estratégico

Trabalhadores da aviação serão prejudicados com abertura para o capital estrangeiro

Representante dos trabalhadores da aviação civil afirma que a medida aprovada pela Câmara coloca em risco a integração e a soberania nacional, bem como o empregos no setor

arquivo/ABr

Empresas internacionais deverão se concentrar em rotas mais rentáveis, deixando rincões do país desassistidos

São Paulo – A aprovação de Medida Provisória (MP 714/16) que permite que empresas estrangeiras possam ter total controle do capital de companhias aéreas no Brasil, decidida ontem (21) pela Câmara dos Deputados, causa preocupação os trabalhadores da aviação civil, que apontam riscos à integração e à soberania nacional.

“A gente vê com bastante preocupação. Antes, esse setor tratava de soberania, era visto como um setor estratégico, que promovia a integração. Agora a gente vê esse tipo de atitude da Câmara, aprovando MP como essa, sem levar isso em consideração”, detalha Sergio Dias, presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac), em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, da Rádio Brasil Atual.

Segundo ele, caso a liberalização seja aprovada, as empresas internacionais deverão se concentrar nas rotas mais rentáveis, deixando áreas mais distantes e menos lucrativas desassistidas. “Até mesmo nos EUA, que muitas vezes serve de referência, isso não ocorre, e aqui eles estão querendo fazer essa abertura.”

Para o presidente da Fentac, a medida também coloca em risco os empregos de aeronautas (que trabalham nas aeronaves) e aeroviários (que ficam em solo). Os trabalhadores se mobilizam agora para, ao menos, conseguir a aprovação de salvaguardas em relação aos direitos de tráfego e intercâmbio de aeronaves, que garanta a manutenção das tripulações brasileiras.

Confira a entrevista: