Indústria de São Paulo tem em 2010 maior alta em seis anos
São Paulo – A força da economia doméstica em meio a um cenário de retomada internacional e à fraca base de comparação levaram a atividade industrial paulista a registrar em […]
Publicado 27/01/2011 - 15h35
São Paulo – A força da economia doméstica em meio a um cenário de retomada internacional e à fraca base de comparação levaram a atividade industrial paulista a registrar em 2010 o maior crescimento em seis anos. O cenário para 2011, contudo, mostra-se incerto, devido principalmente ao forte ganho apurado no ano passado e a outros fatores, como o aumento das importações devido à taxa de câmbio.
De acordo com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o Índice de Nível de Atividade (INA) da indústria paulista fechou o ano passado com ganho de 9,9 por cento, a maior alta desde 2004, quando o aumento foi de 13,2%.
“(2010) foi um ano de bom desempenho, uma boa recuperação para a atividade. Mas temos que lembrar que o ano de comparação, 2009, foi um ano que permitiu a nós registrar uma taxa de crescimento de quase dois dígitos”, afirmou Paulo Francini, diretor do Departamento de Estudos Econômicos (Depecom) da Fiesp.
Em dezembro, o INA subiu 0,4% ante novembro, segundo dados com ajuste sazonal. Sem ajuste, no entanto, o indicador recuou 8,7%. Em relação a dezembro de 2009, por outro lado, a atividade industrial avançou 4,8%.
O nível de utilização da capacidade instalada (NUCI) na indústria ficou em 83,5% no mês passado com ajuste sazonal, ante 83,4% em novembro e 81,3% em dezembro de 2009.
“O INA cresceu quase 10% no ano passado, mas a NUCI praticamente não se mexeu, o que alivia as preocupações de alguns com relação à capacidade de produção”, comentou Francini.
A Fiesp também divulgou os números do INA referentes a novembro, quando a atividade industrial paulista subiu 1,3% sobre outubro com ajuste sazonal. O mês marcou a volta da atividade industrial aos níveis pré-crise.
Setores e sensor
Entre os setores, destaque de queda para Metalurgia básica, com recuo de 4,0% em dezembro sobre novembro com ajuste sazonal, e para Máquinas e Equipamentos, com declínio de 2,2%.
“Máquinas e equipamentos é um setor emblemático, porque nele se concentram materiais usados na construção civil”, lembrou Francini.
Outra pesquisa da Fiesp, o Sensor, que visa medir o humor do empresário no mês corrente e antecipar a tendência da atividade, mostrou melhora no otimismo. O indicador subiu para 50,2% em janeiro de 2011, frente a 47,0% em dezembro.
“O Sensor deu uma ‘acalmada’. Mas (o componente de) investimento, por exemplo, manteve-se num patamar forte, com as empresas tentando melhorar sua performance e competitividade, principalmente por conta do crescimento das importações.”
2011
Para este ano, a avaliação da Fiesp é um tanto cautelosa. Segundo Francini, a base de comparação mais forte (2010) e os efeitos negativos do dólar barato e do aumento das compras do Brasil no exterior impõem “dúvidas” sobre o desempenho da atividade industrial paulista nos próximos meses.
“Não chamaria de pessimismo, longe disso, mas existe um conjunto de variáveis que deixam dúvidas sobre o comportamento da indústrial em 2011”, disse.
Ainda assim, a previsão da Fiesp é de crescimento da indústria em São Paulo neste ano a uma taxa entre 4% e 4,5%.
Fonte: Reuters