Reajuste do salário mínimo leva à valorização geral do trabalho
Melhoria do poder de consumo estimula ciclo produtivo, avalia especialista do Dieese. Novo valor está previsto para entrar em vigor em janeiro
Publicado 02/09/2009 - 17h56
Política de valorização do salário mínimo é garantia de mais recursos circulando na economia. Fonte: Dieese (Infográfico: Rede Brasil Atual/Júlia Lima)
O reajuste do salário mínimo de R$ 465 para R$ 506, previsto para janeiro de 2010, vai causar uma reação em cadeia benéfica à economia, afirma a economista Ana Maria Belavenuto, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
De acordo com Ana Maria, 69,25% dos beneficiários da Previdência, mais de 18 milhões de pessoas, recebem até um salário mínimo, entre aposentados e pensionistas. Grande parte das 6,7 milhões de trabalhadoras domésticas também tem seus rendimentos definidos pelo piso.
“A renda das pessoas que ganham salário mínimo vai toda para o consumo. Esses recursos entram no ciclo produtivo e se transformam numa reação em cadeia que beneficia a sociedade toda”, diz a economista.
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Para ela, o reajuste do mínimo e seu impacto favorável na economia cria também um ambiente favorável para quem ganha acima do piso. “A valorização que está ocorrendo nos últimos anos leva a um movimento de valorização geral da remuneração e do trabalho, o que aumenta muito mais o contingente de pessoas atingidas e sua importância na economia.”
O valor do novo mínimo, previsto para vigorar a partir de janeiro, é uma estimativa baseada na proposta orçamentária da União para 2010. O índice definitivo, variação do custo de vida mais o aumento do PIB em 2008 (5,1%), só será conhecido após a apuração da inflação anual medida pelo INPC-IBGE.