Padilha defende internação contra vontade de usuários de droga em caso de risco

São Paulo – Durante o lançamento de um plano de ações do governo federal para enfrentar o crescimento do uso de crack no país, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, […]

São Paulo – Durante o lançamento de um plano de ações do governo federal para enfrentar o crescimento do uso de crack no país, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, defendeu a internação contra a vontade dos usuários em caso de risco à vida. Apesar de polêmico por abrir brechas a abusos e por ter sua efetividade questionada por especialistas em saúde mental, o mecanismo é considerado fundamental pela pasta.

Levar usuários de drogas de alto poder destrutivo, como o crack, a clínicas de recuperação para desintoxicação é uma saída adotada na cidade do Rio de Janeiro e em estudo na capital paulista. Em São Paulo, o Ministério Público e membros do Tribunal de Justiça decidiram manter postos móveis para avaliar casos de internação, justamente para coibir abusos.

No caso do plano nacional, a proposta defendida por Padilha envolve consultórios na rua, formados por equipes multissetoriais. Caberá aos profissionais de saúde de diferentes especialidades a avaliação da necessidade de internação de usuários atendidos. Se houver risco de a pessoa morrer em decorrêcia do uso prolongado ou intensivo da droga, ela poderá  ser encaminhada a internação ainda que não queira ir. A estratégia de buscar os consumidores de entorpecentes é qualificado como “busca ativa” pelo ministério.

Para Padilha, os profissionais de saúde “têm capacidade de avaliar individualmente” as pessoas para propor o “projeto de tratamento” adequado, o que inclui abrigo e acolhimento. “Essas regras valem para adultos e crianças”, enfatizou. Para o ministro, cada usuário demanda formas de atendimento diferentes.

O plano anunciado nesta quarta-feira (7), em Brasília, com a presença da presidenta Dilma Rousseff, inclui 308 consultórios na rua entregues até 2014. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) prevê a internação involuntária quando a medida é adotada para a proteção à vida.

Psiquiatras, psicólogos e juristas dedicados à questão da infância e da adolescência costumam apontar a internação compulsória como último recurso nas tentativas de aproximação com as pessoas envolvidas com as drogas. A baixa adesão ao tratamento quando o usuário não quer se tratar é um dos motivos que demanda ações anteriores, também de convencimento e acolhimento.

Com informações da Agência Brasil