Mubarak tenta conter crise com promessa de reajuste de 15% para servidores
Consequências econômicas da crise política são motivação de Mubarak (Foto: Goran Tomasevic/Reuters) São Paulo – O presidente do Egito, Hosni Mubarak, prometeu um aumento de 15% nos salários e pensões […]
Publicado 07/02/2011 - 17h11
São Paulo – O presidente do Egito, Hosni Mubarak, prometeu um aumento de 15% nos salários e pensões para os servidores públicos a partir de abril. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (7), logo depois da primeira reunião do novo gabinete do presidente do Egito Hosni Mubarak, após a troca de ministros em 31 de janeiro. A falta de alimentos e a desvalorização da moeda agravam a crise política instalada no país desde a eclosão de protestos diários pela queda da ditadura de Mubarak.
O impacto econômico da crise foi o centro da reunião do gabinete. Do comércio no Cairo, capital egípcia, 60% também está fechado, o que provoca problemas de desabastecimento e corrida da população em busca de suprimentos. Apenas um terço dos bancos voltou a funcionar, liberando pequenas quantias de dinheiros, enquanto escolas e algumas instituições privadas permanecem fechadas. Os manifestantes permanecem acampados na Praça Tahrir, centro dos protestos.
Segundo análise do banco francês Crédit Agricole, a crise política custará ao Egito pelo menos US$ 310 milhões. O governo egípcio não informou os prejuízos para a economia em decorrência da série de manifestações. Desde o início das manifestações, a libra egípcia, que já havia se desvalorizado 17%, caiu mais 1,5%, atingindo a cotação mais baixa em relação ao dólar em seis anos. A Bolsa de Valores do Cairo, que reabriria nesta segunda, só vai voltar às atividades na próxima semana.
O diálogo iniciado entre o governo egípcio e a oposição, no domingo, não conseguiu conter as manifestações contra o presidente. Milhares de pessoas passaram a madrugada de ontem para hoje acampadas na Praça Tahrir, no centro do Cairo, e prometem manter os protestos até que Mubarak deixe o cargo.
A oposição exige o fim do estado de emergência, a libertação de presos políticos e a instalação de uma assembleia nacional constituinte. O governo, porém, não aceita essas exigências. As negociações entre governo e oposição começaram ontem.
Com informações da Agência Brasil
- Analista descarta virada fundamentalista no Egito
- Crise adia realização da Cúpula América do Sul-Países Árabes
- Oposição considera propostas de reforma feitas por Mubarak insuficientes
- Pressionado, Mubarak sinaliza acordo com a oposição
- Perseguição do governo egípcio é ato de desespero, diz jornalista brasileiro