Em seu primeiro grande teste, a chuva no Rio, Dilma é aprovada

Analista e deputada elogiam rapidez da presidente em responder aos problemas provocados por inundações e deslizamentos na região serrana

A presidente Dilma Rousseff coordena ações de auxílio às vítimas das chuvas e deslizamentos na região serrana do Rio (Foto: Arquivo)

São Paulo – O elevado número de vítimas e o cenário de destruição provocados pela chuva na região serrana do Rio de Janeiro jogaram no colo da ainda novata comandante do Executivo, Dilma Roussef, a necessidade de uma resposta rápida. E, a julgar pelas avaliações, a presidente se saiu bem em seu primeiro grande teste de gestão.

Com a tragédia, ela interrompeu os esforços de articulação ministerial e montagem do novo governo para visitar as cidades afetadas, editando de imediato uma medida provisória para a liberação de R$ 780 milhões para auxílio das vítimas e recuperação das áreas afetadas.

A primeira viagem nacional da presidente, em 13 de janeiro, não correspondeu exatamente à expectativa de otimismo que cerca um novo governo. Na primeira aparição pública após a posse, Dilma anunciou ajuda logística e financeira ao estado e aos municípios.

 

“Agora é resgatar as vítimas, depois reconstruir”, afirmou à ocasião, acrescentando que “ajudaremos os atingidos pelas enchentes da forma menos burocrática e mais rápida possível.” No dia seguinte, na primeira reunião ministerial, o governo liberou mais R$ 100 milhões para oito municípios.

“Ela deu um ponto dentro porque, apesar do perfil bastante fechado nessas primeiras semanas, se expôs no momento do desastre na serra do Rio. Teve sensibilidade de sair do casulo em que estava para falar da questão do desastre e para propor medidas efetivas, não uma posição meramente retórica. Reagiu rapidamente, teve agilidade política”, avalia Valeriano Mendes Ferreira Costa, professor de Ciência Política da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Menos de quinze dias depois, em sua terceira aparição pública após a posse, Dilma retornou ao Rio de Janeiro para nova reunião com o governador Sérgio Cabral e o anúncio de mais medidas. O principal deles foi a construção, sem custo para os afetados pela chuva, de seis mil casas. “O que nós pretendemos é diminuir a dor dessas famílias. Estamos atentos a tomar todas as providências necessárias para o resgate da população naquela localidade”, pontuou.

Deputada federal eleita pelo Rio de Janeiro, Benedita da Silva (PT) vê com bons olhos a atitude de Dilma em relação à tragédia fluminense. “A presidente está no momento de mostrar não só a capacidade de gestora, mas de articuladora política. E também de enfrentar crises. Foi ágil, foi rápida na liberação não só de recursos, mas de apoio logístico direto e imediato, e ao priorizar a construção de uma política de prevenção.”

Aprovada no primeiro teste, Dilma tem a partir desta semana um desafio grande e permanente: como lidar com o Congresso. 

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