Em nota, CNBB reitera que não recomenda voto

São Paulo – A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) publicou nota comemorando o processo eleitoral no Brasil. O texto, divulgado nesta sexta-feira (8) porém, condena o uso indevido […]

São Paulo – A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) publicou nota comemorando o processo eleitoral no Brasil. O texto, divulgado nesta sexta-feira (8) porém, condena o uso indevido do nome da entidade e da Igreja Católica na campanha, embora reconheça o direito de padres e bispos de defenderem voto em um candidato. 

Um panfleto distribuído em paróquias da capital paulista, por exemplo, defendia o voto contra candidatos do PT, produzidos pela regional Sul I da organização. A argumentação era de que a legenda defende o aborto, segundo o material. A nota desta sexta não menciona a questão do aborto, que entrou no debate na campanha à Presidência da República.

 “Lamentamos profundamente que o nome da CNBB – e da própria Igreja Católica – tenha sido usado indevidamente ao longo da campanha, sendo objeto de manipulação”, diz a nota. “Certamente, é direito – e, mesmo, dever – de cada Bispo, em sua Diocese, orientar seus próprios diocesanos, sobretudo em assuntos que dizem respeito à fé e à moral cristã”, reconhece.

“Reafirmamos, ainda, que a CNBB não indica nenhum candidato, e recordamos que a escolha é um ato livre e consciente de cada cidadão”, reforça. Apesar disso, a entidade prega que os católicos definam o voto a partir de critérios éticos, como “o respeito incondicional à vida, à família, à liberdade religiosa e à dignidade humana”.

O secretário-geral da CNBB, dom Dimas Lara, afirmou a jornalistas também nesta sexta que bispos e padres têm “direito e dever de orientar seus fieis sobre temas da fé e da moral cristãs”, ao responder a jornalistas sobre o posicionamento de religiosos nas eleições deste ano.

Segundo o secretário, a CNBB não indica candidatos, mas os bispos têm autonomia para expressar opiniões. “Sabemos que vários bispos tem se posicionado em uma direção ou em outra. Para nós, isso é perfeitamente normal. A CNBB não é uma instância hierárquica que ditasse ordens aos bispos, é um organismo a serviço da comunhão. Eles (bispos) são livres para fazer o que acharem da sua consciência de pastores que é melhor para seus eleitores”, disse dom Dimas Lara.

Com informações da Agência Brasil

Nota da CNBB em relação ao Momento Eleitoral

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, por meio de sua Presidência, congratula-se com o Povo Brasileiro pelo exercício da cidadania na realização do primeiro turno das eleições gerais, quando foram eleitos os representantes para o Poder Legislativo e definidos os Governadores de diversas unidades da Federação, bem como o nome daqueles que serão submetidos a novo escrutínio em 2º turno, para a Presidência da República e alguns governos estaduais e distrital.

A CNBB congratula-se também pelos frutos benéficos decorrentes da aprovação da Lei da Ficha Limpa, que está oferecendo um novo paradigma para o processo eleitoral, mesmo se ainda tantos obstáculos a essa Lei tenham de ser superados.

Entretanto, lamentamos profundamente que o nome da CNBB – e da própria Igreja Católica – tenha sido usado indevidamente ao longo da campanha, sendo objeto de manipulação. Certamente, é direito – e, mesmo, dever – de cada Bispo, em sua Diocese, orientar seus próprios diocesanos, sobretudo em assuntos que dizem respeito à fé e à moral cristã. A CNBB é um organismo a serviço da comunhão e do diálogo entre os Bispos, de planejamento orgânico da pastoral da Igreja no Brasil, e busca colaborar na edificação de uma sociedade justa, fraterna e solidária.

Neste sentido, queremos reafirmar os termos da Nota de 16.09.2010, na qual esclarecemos que “falam em nome da CNBB somente a Assembléia Geral, o Conselho Permanente e a Presidência”. Recordamos novamente que, da parte da CNBB, permanece como orientação, neste momento de expressão do exercício da cidadania em nosso País, a Declaração sobre o Momento Político Nacional, aprovada este ano em sua 48ª Assembléia Geral.

Reafirmamos, ainda, que a CNBB não indica nenhum candidato, e recordamos que a escolha é um ato livre e consciente de cada cidadão. Diante de tão grande responsabilidade, exortamos os fiéis católicos a terem presentes critérios éticos, entre os quais se incluem especialmente o respeito incondicional à vida, à família, à liberdade religiosa e à dignidade humana.

Confiando na intercessão de Nossa Senhora Aparecida, invocamos as bênçãos de Deus para todo o Povo Brasileiro.

Brasília, 08 de outubro de 2010

P. nº 0849/10

Dom Geraldo Lyrio Rocha
Arcebispo de Mariana
Presidente da CNBB

Dom Luiz Soares Vieira
Arcebispo de Manaus
Vice-Presidente da CNBB

Dom Dimas Lara Barbosa
Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro
Secretário Geral da CNBB

 

 

Leia também

Últimas notícias