Indústria brasileira cresce sobre 2010, mas continua mostrando perda de ritmo

Atividade caiu 1,6% de maio para junho e subiu 0,9% em comparação com igual período de 2010. No primeiro semestre, alta foi de 1,7%

São Paulo – No dia em que o governo anunciou medidas para estimular a indústria, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dados que confirmam a perda de ritmo do setor. A produção industrial recuou 1,6% de maio para junho, mas ainda mostra evolução na comparação anual, embora em ritmo menos intenso crescimento de 0,9% ante junho de 2010. No segundo trimestre, o comportamento se repetiu, com queda de 0,7% em relação ao primeiro e expansão também de 0,7% ante igual período do ano passado. A ativide subiu 1,7% na primeira metade de 2011. Considerados os últimos 12 meses, o IBGE afirma que se manteve “a trajetória descendente iniciada em outubro do passado (11,8%), ao passar de 4,5% em maio para 3,7% em junho”.

No mês, a redução do ritmo foi generalizada, lembra o IBGE, e atingiu 20 dos 27 setores industriais pesquisados. “Nos confrontos contra iguais períodos de 2010, os resultados permaneceram positivos no índice mensal, no segundo trimestre do ano e no fechamento do primeiro semestre, mas com clara redução na magnitude do crescimento frente ao observado nos meses anteriores, embora com predomínio de taxas positivas para a maior parte dos segmentos investigados”, diz o instituto.

Já na comparação com junho do ano passado (avanço de 0,9%), 28 dos 27 setores tiveram crescimento da produção. Os destaques foram de veículos automotores (2,5%), outros equipamentos de transporte (12,1%), farmacêutica (6,9%), material eletrônico e equipamentos de comunicações (10,0%), indústrias extrativas (3,9%), minerais não metálicos (5,9%) e fumo (21,0%). Entre as categorias de uso, o segmento de bens de capital cresceu bem acima que a média geral (6,2%).

“No corte trimestral, observa-se que o setor industrial, ao crescer 0,7% no segundo trimestre do ano, sustenta resultados positivos há sete trimestres consecutivos, mas com clara redução no ritmo de crescimento desde os 18,2% registrados nos três primeiros meses de 2010, ambas as comparações contra igual período do ano anterior”, aponta o IBGE. Bens de capital, por exemplo, passou de 8,6% no primeiro trimestre para 4,5% no segundo.

Registraram alta no primeiro semestre 19 dos 27 ramos e 45 dos 76 subsetores, também em comparação com igual período de 2010. “Entre as atividades, veículos automotores, com acréscimo de 6,2%, manteve a liderança em termos de contribuição positiva sobre o índice geral, impulsionada pelos resultados positivos da maior parte dos produtos pesquisados no setor (aproximadamente 80%)”, informa o instituto. “Vale citar também os avanços assinalados em outros equipamentos de transporte (12,5%), farmacêutica (6,4%), equipamentos de instrumentação médico-hospitalares, ópticos e outros (20,8%), minerais não metálicos (4,8%), indústrias extrativas (3,0%), máquinas e equipamentos (2,1%) e refino de petróleo e produção de álcool (2,0%).”