Rais: recorde de empregos formais criados teve mais mulheres e escolaridade maior em 2010

Foram 2,86 milhões de postos abertos. Números da Rais revelam que governo Lula criou 15,384 milhões de empregos. País tem 44 milhões de trabalhadores formais. Rendimento aumentou, mas ainda revela desigualdades regionais

São Paulo – O Brasil teve acréscimo recorde de 2.860.809 de empregos formais em 2010 (alta de 6,94% ante 2009), atingindo 44,068 milhões de trabalhadores formais (exatos 44.068.355). De 2003 a 2010, foram 15,384 milhões de postos de trabalho a mais, crescimento de 53,63%. Na média, 1,923 milhão a mais por ano, em uma expansão inédita no mercado formal do país. É também uma mão de obra mais escolarizada e um pouco mais feminina.

Os números fazem parte da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), divulgado nesta quarta-feira (11) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).  A Rais traz um perfil mais detalhado do mercado de trabalho, porque inclui também trabalhadores estatutários, temporários e avulsos. O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado mensalmente, reúne apenas os contratados pela Consolidação da Legislação do Trabalho (CLT). Dos 2,861 milhões de empregos criados em 2010, 2,590 milhões foram celetistas (alta de 3,26%).

De 2009 para 2010, o número de analfabetos caiu 2,61%. Na mesma base de comparação, o total de trabalhadores com ensino médio completo subiu 11,76% e o de funcionários com educação superior completo, 7,99%. A participação de funcionários com ensino médio completo no total de trabalhadores formais passou de 40,05%, em 2009, para 41,85%. Já a mão de obra feminina cresceu mais (7,28%) do que a masculina (6,70%). Assim, a participação das mulheres no total passou de 41,4% para 41,6%, “o que dá continuidade ao processo de expansão da força de trabalho feminina verificado nos últimos anos”, segundo o ministério.

Os setores que mais contribuíram para a criação de empregos foram os serviços (1,110 milhão, alta de 8,38%), o comércio (689,3 mil, expansão de 8,96%) a indústria de transformação (524,6 mil, aumento de 7,13%) e a construção civil (376,6 mil, crescimento de 17,66%). O MTE destacou a recuperação do setor industrial, após o modesto desempenho de 2009 (apenas 50,2 mil vagas criadas), em decorrência da crise internacional. A maior alta percentual, da construção civil, foi atribuída a ações de estímulo ao setor implementadas pelo governo. O único setor a registrar queda em 2010 foi a agricultura, com recuo de 18,1 mil empregos (-1,26%), “em função das atividades ligadas ao cultivo de laranja e cana-de-açúcar”.

Fizeram a declaração da Rais 7,617 milhões de estabelecimentos formais, crescimento de 2,47% sobre 2009. A maior taxa de crescimento (9,48%) foi registrada entre empresas com 100 a 249 vínculos formais, que abriram 401.681 empregos.

O Sudeste criou 1,363 milhão de empregos formais, o maior crescimento em termos absolutos. Mas, percentualmente, a maior alta foi a do Norte (9,90%, com 216,9 mil vagas), seguido do Nordeste (7,96%, com 588,6 mil empregos) e do Sul (6,77%, com 479,1 mil postos de trabalho). A alta do Sudeste foi de 6,46%, acima apenas do Centro-Oeste (6,24%, o equivalente a 213,3 mil vagas).

Consideradas as faixas etárias, a Rais mostrou “crescimento mais significativo na população mais vulnerável, de jovens e pessoas idosas”. O crescimento entre os jovens de 16 a 17 anos foi de 19,06%, acima do dobro do crescimento médio (6,94%). Os assalariados com mais de 65 anos e de 50 a 64 anos aumentaram 12,77% e 10,28%, respectivamente. Em termos absolutos, a maior quantidade de empregos criados concentrou na fase de 30 a 39 anos: 843.839, alta de 7,08%.

O rendimento médio dos trabalhadores formais teve aumento real (considerado o INPC) de 2,57% no ano, atingindo R$ 1.742 em dezembro do ano passado. De 2003 a 2010, o rendimento médio cresceu 21,29%, em termos reais (22,13% para as mulheres e 21,49% para os homens). Os dados da Rais seguem mostrando diferenças significativas entre as regiões. A diferença entre a maior remuneração (R$ 3.713,84, no Distrito Federal) é a menor (R$ 1.228,94, no Ceará) é de 202,20%.

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