Quase um ano após enchente, reconstrução de São Luiz do Paraitinga dá primeiros sinais

A igreja mais antiga do município, do século 18, terá licitação para obra de reconstrução; conselho do Iphan reúne-se para discutir tombamento definitivo do centro histórico

Parte do centro histório de São Luiz do Paraitinga foi destruída pelas chuvas no início do ano (Foto: Arquivo)

São Paulo – Um passo importante para a reconstrução da cidade histórica de São Luiz do Paraitinga será dado nesta sexta-feira (10), um ano após a enchente que devastou parte de seu patrimônio histórico. Será lançado o edital de licitação para a obra da Capela das Mercês, a igreja mais antiga do município, que ruiu completamente no início do ano. A previsão, segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), é de que a capela seja aberta à população antes do Natal de 2011.

“O levantamento de plantas, cortes e estudos permite, com segurança, refazer todos os detalhes da construção original”, diz o arquiteto do Iphan e autor do projeto de reconstrução da capela das Mercês, Antônio Gameiro.

Os restos de sua construção original feita de taipa de pilão – constituída à base de argila –, datada do início do século 18, serão incorporados ao projeto e deverão ficar visíveis na nova construção. “Tudo o que ruiu está lá. Foi recuperado, limpo e tratado. Tudo será reaproveitado para poder voltar ao seu lugar”, conta Gameiro. O custo da obra está estimado em R$ 2 milhões.

A imagem de Nossa Senhora das Mercês foi resgatada dos escombros por voluntários. Foram recuperados 94 pedaços da estátua da santa, o que permitiu a completa recomposição e restauração da obra. Também o púlpito, o sino, a cruz e o cruzeiro, os pináculos, as janelas, o forro, o madeiramento e demais elementos devem voltar à igreja.

Patrimônio

Conselheiros consultivos do Iphan estarão reunidos até o fim desta semana para avaliar o tombamento definitivo de todo o centro histórico de Paraitinga, cuja preservação encontra-se apenas provisoriamente tombada pelo patrimônio histórico. A ampliação é consequência dos danos causados pela enchente do início deste ano e da necessidade de se garantir a preservação de toda aquela área.

A delimitação do tombamento – que abrange cerca de 450 imóveis – incluirá também a preservação da paisagem natural de seu entorno que, segundo o projeto do Instituto, valoriza o conjunto arquitetônico do município.

A cidade já tem seu centro histórico tombado em âmbito estadual pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico de São Paulo (Condephaat), desde a década de 1980. Apenas a casa em que nasceu o médico sanitarista Oswaldo Cruz, hoje transformada em museu, tinha sua arquitetura tombada pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.