Elis Regina, morta há 30 anos, é homenageada com show dos filhos

Em 19 de janeiro de 1982, morria a cantora Elis Regina, com apenas 36 anos. Como toda estrela que se preze, sua morte foi cercada de mistério e causou surpresa […]

Em 19 de janeiro de 1982, morria a cantora Elis Regina, com apenas 36 anos. Como toda estrela que se preze, sua morte foi cercada de mistério e causou surpresa na época, por ter sido provocada por uma mistura fatal de álcool e cocaína. Trinta anos depois, os filhos Maria Rita, fruto do casamento com o pianista César Camargo Mariano, e João Marcelo Bôscoli, filho também do compositor e produtor Ronaldo Bôscoli, a homenageiam com shows e exposição.

Elis Regina Carvalho Costa nasceu em Porto Alegre, em 17 de março de 1945. Aos 15 anos, foi contratada pela Rádio Gaúcha. Em 1961, ela se mudava para o Rio de Janeiro, onde gravou o primeiro disco, “Viva a Brotolândia”. A partir daí, começou a fazer grande sucesso no eixo Rio-São Paulo. Entre 1964 e 1967, ela comandou, ao lado de Jair Rodrigues, o programa “O Fino da Bossa”, na TV Record, e gravou, com ele, três álbuns “Dois na Bossa”. Enquanto isso, em 1965, venceu o festival da TV Excelsior, com “Arrastão”, de Vinicius de Moraes e Edu Lobo.

Mesmo criticando o regime militar, Elis Regina não escapou da mira do cartunista Henfil, quando foi obrigada a realizar um show de graça para o Exército. Os dois fizeram as pazes ainda antes de a cantora gravar de forma marcante, com a forte interpretação, “O Bêbado e a Equilibrista”, de João Bosco e Aldir Blanc – que se tornou uma espécie de hino da anistia e citava justamente “o irmão do Henfil”, Herbert de Souza, o Betinho.

Elis Regina também foi fundamental na consagração de alguns compositores, como João Bosco, Guilherme Arantes, Ivan Lins, Renato Teixeira e Belchior. Até hoje ela é reconhecida como uma das melhores cantoras brasileiras de todos os tempos, em função da qualidade e alcance vocal, mas também pela dramaticidade que imprimia às canções. São inigualáveis, por exemplo, as gravações de “Como Nossos Pais”, “Madalena”, “Romaria” e “Atrás da Porta”, só para citar algumas.

Apelidada de “Pimentinha” pelo poeta Vinicius de Moraes, Elis Regina será lembrada agora por meio do projeto “Viva Elis”, que misturará exposição de fotos, vídeos, entrevistas e um documentário, com os shows de Maria Rita, interpretando pela primeira vez o repertório da mãe. A primeira apresentação acontecerá em 17 de março, no Auditório Ibirapuera, em São Paulo. Em seguida, ele deve ser levado ao Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife e Porto Alegre. Todas elas acontecerão ao longo do ano e serão gratuitas.

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