Governo ainda aguarda aprovação do mínimo no Senado para correção do IR
Para ministro das Relações Institucionais, aprovação do salário mínimo pela Câmara trará estabilidade ao país
Publicado 17/02/2011 - 17h56
Correção segue usada como moeda de troca pelo governo na disputa no Senado (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)
São Paulo – O governo está “predisposto” a enviar a proposta de reajuste da tabela do Imposto de Renda ao Congresso somente após aprovação do valor do salário mínimo de R$ 545 no Senado. O ministro de Relações Institucionais, Luiz Sérgio, declarou, nesta quinta-feira (17), que a correção em 4,5% da tabela só depende da votação marcada para a próxima quarta-feira (23).
“O governo está defendendo um acordo com o movimento sindical, com as centrais sindicais. Esse acordo fala em reajuste do salário mínimo, mas também fala em reajustar a tabela do Imposto de Renda. Superada a fase do salário mínimo, nós iremos analisar e a predisposição do governo que expressa a coerência que teve em relação ao salário mínimo é também de reajustar a tabela do imposto de renda”, disse o ministro.
A respeito da aprovação do salário mínimo de R$ 545 na Câmara dos Deputados, Luiz Sérgio considera que a política de reajuste atrelada ao projeto de lei dá estabilidade ao país. “A aprovação dessa política até 2015 dá uma estabilidade, uma confiabilidade e expressa a seriedade do governo com as contas públicas.”
Durante a votação de quarta-feira (16), o PMDB demonstrou apoio maciço ao governo, sem qualquer dissidência. “O PMDB é governo e teve na Câmara dos Deputados uma atitude que expressa aquilo que já esperávamos, uma atitude de governo”, disse. Em relação aos dissidentes da base governista, o ministro considerou que “não é bom que haja dissidência, principalmente na bancada do partido da presidenta da República”.
Luiz Sérgio negou que o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, esteja com o cargo ameaçado, apesar de deputados de seu partido, o PDT, terem votado por um salário mínimo maior. “A maior parte da bancada do PDT votou com o governo”, disse. Na legenda, nove votaram por R$ 560.
Com Agência Brasil e Reuters
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