Trabalhadores da Furp e das farmácias Dose Certa prometem nova paralisação

Empresa ligada ao governo de São Paulo descumpre convenção coletiva . Em julho do ano passado, laboratório e Estado foram condenados pela Justiça do Trabalho

São Paulo –  A fábrica da Fundação para o Remédio Popular (Furp) e as farmácias Dose Certa, ligadas ao governo do Estado de São Paulo, poderão ter suas atividades novamente paralisadas. Na manhã desta terça-feira (17), o Sindicato dos Químicos de Guarulhos e região (Sindiquímicos) realizou assembleia para discutir uma greve em protesto contra o descumprimento da convenção coletiva 2011/2012 assinada em abril pelo Sindusfarma.

Os trabalhadores votaram a favor da greve caso a empresa insista em não cumpri-la. Até agora, o laboratório estatal não pagou o reajuste integral no salário e nem corrigiu o o crédito no cartão referente à cesta básica.

Na tarde desta quinta-feira (19) haverá nova assembleia, desta vez com os trabalhadores do segundo turno, para sinalizar a deflagração da paralisação a qualquer momento.

Segundo a direção do sindicato, o movimento se deve “ao desrespeito e descaso do Governo do Estado aos trabalhadores da Furp ao descumprir a Convenção Coletiva de Trabalho, que tem força de lei”.

Antonio Silvan Oliveira, presidente do  Sindiquímicos e da Confederação Nacional dos Trabalhadores Químicos (CNTQ), lamentou mais uma vez que os trabalhadores e Sindicato tenham que chegar a este impasse. “Nossa expectativa é  que a empresa respeite os trabalhadores e pague o reajuste dos salários, efetue a correção no cartão da cesta básica, e assim, cumpra a convenção coletiva”, afirma.

No ano passado, quando os trabalhadores cruzaram os braços pelas mesmas razões que podem levar à greve nos próximos dias, o governo estadual paulista e a FURP foram condenados pela Justiça do Trabalho a pagar R$ 16 mil ao Sindicato dos Químicos de Guarulhos por litigância e má-fé. Isto é, por alteração da realidade dos fatos, na tentativa de induzir o Judiciário ao erro.