Greve

Quase 40 mil bancários pararam em São Paulo no 1º dia, diz sindicato

De acordo com entidade, movimento atingiu 582 agências e 18 centros administrativos. Paralisação atinge todas as regiões do país. Ainda não há reunião marcada com a Fenaban

Celso Luiz/Sind Bancários SP

Núcleo do Bradesco em Alphaville, Barueri, foi um dos 18 centros administrativos afetados pela paralisação na Grande SP

São Paulo – Mais de 38 mil trabalhadores aderiram ao movimento no primeiro dia de greve na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, segundo balanço divulgado no final da tarde de hoje (6). A paralisação atingiu 600 locais de trabalho, sendo 582 agências e 18 centros administrativos. Em campanha salarial, os bancários entraram em greve por todo o país após rejeitar proposta de reajuste feita pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). O serviço de autoatendimento segue funcionando normalmente.

“A proposta dos bancos, de reajuste de 5,5%, na prática anula ganhos conquistados pela categoria bancária em 2013 e 2014”, afirma a presidente do sindicato de São Paulo, Juvandia Moreira, que também integra o Comando Nacional. “No saldo final destes três anos teríamos uma perda real de 0,26%. Esperamos que a Fenaban volte para a mesa de negociação e apresente proposta que possa ser aceita pelos bancários.”

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Em balanço parcial, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) informou que a paralisação, neste primeiro dia, atingiu 172 agências no Ceará, 200 em Alagoas, 497 na Bahia, 380 em Porto Alegre e 106 em Rondônia, entre outras regiões. O movimento é por tempo indeterminado. Em São Paulo, os bancários farão nova assembleia na próxima terça (13), a partir das 17h. Ainda não há reunião marcada com os representantes dos bancos.

Em 25 de setembro, a Fenaban propôs 5,5% de reajuste salarial na data-base (1º de setembro), além de abono único de R$ 2.500. O índice fica aquém da inflação acumulada em 12 meses, até agosto (9,88%, de acordo com o INPC-IBGE) e resultaria em perda real de aproximadamente 4%, segundo os bancários.

Apoio do MTST

O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) divulgou nota de apoio à greve. “É inaceitável que a Fenaban, representante dos banqueiros, apresente proposta de reajuste abaixo da inflação, significando efetivamente um arrocho salarial aos trabalhadores”, afirma a entidade, acrescentando que demonstrará sua solidariedade “orientando a militância sem-teto a contribuir ativamente com a greve, com apoio aos piquetes e todas as outras formas que sejam necessárias”. Segundo o sindicato, os movimentos de moradia estão entre os setores sociais prejudicados pelos altos juros cobrados pelas instituições financeiras.

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