Sem propostas, greve dos bancários avança para o terceiro dia

Na cidade de São Paulo, mais de 28 mil bancários estão em greve

Agência bancária com cartazes que avisam os clientes sobre a greve (Foto: Celso Luiz/Divulgação)

São Paulo – Após dois dias de greve, que continua por tempo indeterminado em todo o país, o número de agências fechadas já chega a 4.895, segundo estimativa da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). Em São Paulo, nesta quinta-feira (30), ainda não havia sido retomada negociação com aà Federação dos Bancos (Fenaban), que propôs aumento equivalente à reposição de inflação (4,29%), foi rejeitado pela categoria.

Segundo a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região, Juvandia Moreira, o fim da greve depende das novas propostas da Fenaban. “Estamos dispostos a negociar. O fim da greve está nas mãos dos banqueiros, basta que apresentem uma proposta à altura do empenho dos bancários, da lucratividade elevada dos bancos e do cenário de crescimento econômico no país e no setor financeiro”, disse.

Estima-se que aproximadamente 28 mil bancários estejam em greve em São Paulo. No Rio de Janeiro, eram 14 mil o número de trabalhadores parados no primeiro dia. Na região Nordeste, o movimento alcançou 83 agências na Paraíba, 88 em Alagoas e 23 em Irecê, na Bahia.

Carlos Cordeiro, presidente da Contraf e coordenador do comando nacional dos bancários, atribui aos bancos a responsabilidade pela paralisação. “Apesar de apresentarem crescimento médio de 32% no lucro líquido do primeiro semestre em relação ao mesmo período do ano passado, os bancos só ofereceram o índice de inflação de 4,29%, ou seja, zero de aumento real, além de terem rejeitado todas as demais reivindicações sobre remuneração, saúde e emprego. Essa intransigência dos banqueiros empurra a categoria para ampliar a greve.”

Estão marcadas para esta sexta-feira (1º) assembleias para definir os próximos passos da greve.

Reivindicações da categoria

● 11% de reajuste salarial.

● Piso salarial de R$ 1.510 para portaria, R$ 2.157 para escriturário (salário mínimo do Dieese), R$ 2.913 para caixas, R$ 3.641 para primeiro comissionado e R$ 4.855 para primeiro gerente.

● PLR de três salários mais R$ 4 mil fixos.

● Aumento para um salário mínimo (R$ 510) dos valores do auxílio-refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta-alimentação e auxílio-creche/babá.

● Previdência complementar em todos os bancos.

● Proteção à saúde do trabalhador, que inclua o combate às metas abusivas, ao assédio moral e à falta de segurança.

● Medidas para proteger o emprego, como garantias contra demissões imotivadas, reversão das terceirizações e fim da precarização via correspondentes bancários.

● Mais contratações para amenizar a sobrecarga de trabalho, acabar com as filas e melhorar o atendimento ao público.

● Planos de Carreiras, Cargos e Salários (PCCS) em todos os bancos.

Fonte: Contraf-CUT

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