Recomposição salarial

Petroleiros encerram paralisações por segmento e negociam acordo coletivo

Após três dias de rodada de mobilizações nas unidades, categoria retoma negociações sobre acordo coletivo na próxima terça-feira

Agência Petrobras
Agência Petrobras
O mínimo que os trabalhadores esperam é a recomposição salarial e a recuperação do poder de compra

São Paulo – Os sindicatos ligados à Federação Única dos Petroleiros (FUP) fecharam ontem (1º) a primeira rodada de paralisações dos trabalhadores no Sistema Petrobras, pressionando por avanços na campanha reivindicatória. Nova rodada de negociação para acordo coletivo de trabalho (ACT) terá início na próxima terça (7), quando está marcada reunião da FUP com representantes da Petrobras e subsidiárias.

As mobilizações tiveram início na última sexta-feira (27), começando pelas refinarias e termelétricas. Na segunda-feira (30), houve paradas nas subsidiárias da Petrobras – Transpetro e Petrobras Biocombustíveis (PBio). No dia seguinte, as unidades administrativas atrasaram a entrada e nessa quarta, as paralisações foram nas áreas de exploração e produção da empresa (E&P).

Na manhã da quarta-feira, o Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF) realizou ato no Heliporto do Farol de São Thomé, em Campos dos Goytacazes, envolvendo os trabalhadores que embarcavam e desembarcavam das plataformas. Em Manaus, a manifestação ocorreu também no aeroporto, onde embarcam os trabalhadores para a Província Petrolífera de Urucu.

No Rio Grande do Norte, o Sindipetro-RN realizou o protesto junto aos trabalhadores, em Natal. Na Bahia, a paralisação foi no campo de produção de Taquipe. Nas bases do Sindipetro Unificado de São Paulo, houve mobilizações nas Usinas Termelétricas Piratininga (SP) e Luiz Carlos Prestes, em Três Lagoas (SP).

A participação dos trabalhadores nas paralisações e nas assembleias, que rejeitaram por unanimidade as duas contrapropostas da Petrobras, já começa a surtir efeito. A empresa prorrogou por um mês a suspensão dos descontos abusivos da AMS (plano de saúde) e a validade do atual ACT.

Reivindicações

A Petrobras e suas subsidiárias propõem 1% de ganho real, além da reposição da inflação, que já foi antecipada, totalizando 5,66% de reajuste. Porém, o mínimo que os trabalhadores esperam é a recomposição salarial e a recuperação do poder de compra. Além do ganho real de 3%, os petroleiros reivindicam 3,8% de reposição das perdas passadas e equiparação entre as tabelas salariais da Petrobras e das subsidiárias.

Leia também: Petroleiros defendem reestatização de refinaria na Bahia

São também consideradas questões prioritárias para a categoria o resgate da AMS (o plano de saúde) e da Petros (previdência complementar), a preservação da vida dos trabalhadores impactados pelas transferências compulsórias, a construção de uma política justa e transparente de recomposição dos efetivos com concurso público, o pagamento das horas-extras antes da gestão bolsonarista, regramento do teletrabalho, anistia de sindicalistas e grevistas demitidos no governo anterior, proteção dos empregos, a garantia de condições seguras de trabalho e de melhoria da qualidade de vida nas unidades industriais e o fim dos afretamentos de plataformas e navios.


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