Intransigência dos patrões faz metalúrgicos da CUT sinalizarem paralisação
Maioria das empresas nem sequer apresentou proposta aos trabalhadores. Dentre as que apresentaram, reajuste não chega à metade das perdas com inflação
Publicado 14/09/2016 - 11h46
São Paulo – Para fortalecer a campanha salarial deste ano diante da intransigência dos patrões, os metalúrgicos do ABC estão fazendo uma série de assembleias nas portas das fábricas e prometem realizar paralisações se as negociações não avançarem. Ontem (13) a mobilização ocorreu na fabricante de autopeças TRW, em Diadema, e contou com a participação de trabalhadores de mais cinco empresas: Autometal, Metaltork, Bricol, Dana e Affinia.
A campanha salarial dos metalúrgicos da CUT, no estado de São Paulo, tem cinco eixos principais: não à terceirização e a perda de direitos; estabilidade e geração de empregos; reposição integral da inflação, como aumento real; valorização dos pisos e jornada semanal de 40 horas. A data-base da categoria é 1º de setembro.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (Smabc), Rafael Marques, afirmou que a maioria das empresas está dificultando as negociações. Por isso, convoca os trabalhadores a reforçarem as mobilizações.
Assista a reportagem da TVT:
“É o momento essencial da classe trabalhadora tomar as ruas. O nosso interesse é continuar distribuindo a renda, de maneira cada vez mais igualitária, porque isso ajuda a classe trabalhadora nas campanhas salariais. O nosso interesse é ter uma jornada de trabalho digna”, disse.
De acordo com Rafael Marques, até o momento, somente o grupo de máquinas e eletrônicos ofereceu proposta de reajuste salarial. Mesmo assim, de 4,5%, menos da metade da inflação dos últimos 12 meses, que ficou em 9,62%.
“Tem alguns grupos que permanecem propondo o congelamento salarial por três anos. Três anos sem correção dos salários. Se não conseguimos, nessa semana, fechar uma proposta, semana que vem começarão paralisações na categoria”, concluiu.