1º de Maio

Lula faz pronunciamento pelo Dia do Trabalhador e confirma novidades no 1º de Maio. Assista

Lula volta ao 1º de Maio como presidente da República e confirma em pronunciamento volta da política de valorização do mínimo ajuste no IR

Ricardo Stuckert
Ricardo Stuckert

São Paulo – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou em pronunciamento neste domingo (30) duas das medidas mais esperadas pelo movimento sindical desde sua posse. A primeira delas, a volta da política de valorização do salário mínimo, com aumentos acima da inflação. O salário mínimo não tem aumento real desde 2019, último ano em que vigoraram as regras criadas justamente no primeiro governo de Lula e aprimoradas no governo de Dilma Roussef. A partir deste 1º de maio, o mínimo passa a valer R$ 1.320. A data marca ainda os 80 anos da Consolidação das Lei do Trabalho (CLT), anunciada por Getulio Vargas em 1º de Maio de 1943.

Desse modo, o governo federal pretende alcançar cerca de 40% dos trabalhadores do país e, com isso, injetar também novos recursos da economia.

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Imposto de renda

A segunda medida que passa a valer a partir de maio é a nova faixa de isenção de imposto de renda, que passa dos atuais R$ 1.903,98 para R$ 2.640. Assim, o governo espera começar a corrigir uma distorção que já dura quase oito anos. A última correção da tabela do IR foi em abril de 2015. Além disso, espera também melhorar a renda das camadas mais pobres. Pois quase 14 milhões de brasileiros se beneficiarão dessa correção, que também pode favorecer o consumo e aquecer o mercado interno.

A presença de Lula no ato das centrais no Anhangabaú nesta segunda-feira estava confirmada, mas passou a ser incerta. O presidente viajou para São Paulo na manhã deste sábado (29) para participar do enterro de uma afilhada. A Secretaria de Comunicação (Secom) confirmou a informação da Agência Brasil. Mas não informou se Lula manterá a agenda em São Paulo.

Assista à integra do pronunciamento

Leia a íntegra

Meus amigos e minhas amigas,

Amanhã, primeiro de maio, é dia de homenagear o povo trabalhador do Brasil.

Vocês que trabalham nas fábricas, na construção civil, nos bancos, nas lojas ou nos escritórios. Vocês, trabalhadores de aplicativos. Vocês, microempreendedores. Vocês, que trabalham na lavoura, nas escolas, nos hospitais.

Vocês, jovens, que estão dando os primeiros passos no mundo do trabalho. Vocês, aposentados e pensionistas, que, ao longo de uma vida inteira, ajudaram a construir o Brasil com o fruto do seu suor.

Não importa a profissão ou o local de trabalho. O importante é que vocês são os responsáveis pela geração da riqueza do Brasil.

Vocês se lembram das conquistas que tiveram quando governamos o Brasil. Geração recorde de empregos. Salário mínimo crescendo acima da inflação. Direitos trabalhistas garantidos.

Tudo piorou nos últimos anos. O emprego sumiu. Os salários perderam poder de compra. A inflação subiu. Os juros dispararam. Direitos conquistados ao longo de décadas foram destruídos de um dia para o outro.

Poucas vezes na história o povo brasileiro foi tratado com tanto desprezo, e teve tão pouco a comemorar.

Felizmente, esse mau tempo ficou no passado. O Brasil voltou a reconhecer o papel fundamental do povo trabalhador na construção do futuro do Brasil.

Desde o primeiro dia desse terceiro mandato que vocês me concederam, tenho trabalhado para consertar e reconstruir nosso país.

Recompor as conquistas perdidas pelos trabalhadores e trabalhadoras é prioridade do nosso governo. 

A começar pela valorização do salário mínimo, que há seis anos não tinha aumento real, e vinha perdendo poder de compra dia após dia. Mas já estamos começando a reverter essa perda.

A partir de amanhã, o salário mínimo passa a valer R$ 1.320 reais para trabalhadores da ativa, aposentados e pensionistas. É um aumento pequeno, mas real, acima da inflação, pela primeira vez depois de seis anos. 

Nos próximos dias, encaminharei ao Congresso Nacional um projeto de lei para que esta conquista seja permanente, e o salário mínimo volte a ser reajustado todos os anos acima da inflação, como acontecia quando governamos o Brasil.

E, estejam certos de que, até o fim do meu mandato, ele voltará a ser um grande instrumento de transformação social que foi no passado, quando cresceu 74% acima da inflação.

Foi graças a isso que milhões de brasileiros e brasileiras saíram da extrema pobreza e abriram caminho para uma vida melhor.

É preciso lembrar que a valorização do salário mínimo não é essencial apenas para quem ganha salário mínimo.

Com mais dinheiro em circulação, as vendas do comércio aumentam, a indústria produz mais. A roda da economia volta a girar, e novos empregos são criados.

Quero também anunciar outra medida muito importante. Estamos mudando a faixa de isenção do imposto de renda que, há oito anos estava congelada em R$ 1.903 reais.

A partir de agora, o valor até R$ 2.640 reais por mês não pagará mais nem um centavo de imposto de renda. E, até o final do meu mandato, a isenção valerá para até R$ 5 mil reais por mês.

Meus amigos e minhas amigas. Não haverá reconstrução do Brasil sem a valorização dos trabalhadores e das trabalhadoras.

O Brasil vai voltar a crescer com inclusão social e novos empregos serão criados.

Podem estar certos de que o esforço do seu trabalho ­­será cada vez mais reconhecido e recompensado.

E o Primeiro de Maio, que sempre foi um dia de luta, voltará a ser também um dia de conquistas para o povo trabalhador.

Muito obrigado, e feliz Primeiro de Maio.