Greve dos bancários continua e adesão aumenta, afirma Comando Nacional

Em São Paulo, categoria fez passeata na Avenida Paulista. Nesta segunda, a greve continua em todo o país

Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região realizou atividades em diversos bancos e passeata na Av. Paulista (Foto: Seeb-SP)

No segundo dia de paralisação dos bancários, a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf-CUT) avalia que a adesão ao movimento é cada vez maior e surpreendente. Na quinta-feira (24), primeiro dia de greve, os bancários paralisaram 2.881 agências. Na sexta-feira (25) o número passou de 4.700 locais.

“Tem sido uma surpresa a adesão dos trabalhadores de bancos privados. Sempre tivemos uma participação muito boa dos bancos públicos, mas a proposta da Fenaban está realmente indignando a todos”, dispara Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários.

Cordeiro lembra que a categoria decidiu paralisar as atividades em assembleias realizadas em todo país, depois que a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresentou uma proposta de reajuste sem aumento real e muito abaixo da reivindicação dos bancários. A federação patronal também propôs reduzir a PLR dos trabalhadores e se nega a dialogar sobre processos de fusão. “A proposta dos banqueiros é realmente de causar revolta e indignação nos bancários, diante dos lucros exorbitantes que os bancos atingem todos os anos”, afirma.

São Paulo

Em São Paulo, Osasco e Região, o Sindicato dos Bancários informa que há 34,5 mil trabalhadores de braços cruzados em 728 locais de trabalho, número superior ao primeiro dia, quando pararam 679.

De acordo com a entidade, após a paralisação de segunda-feira (28), os bancários farão uma nova assembleia a partir das 17h.

“A greve começou forte e a tendência é ampliá-la. Essa manifestação demonstra o descontentamento dos trabalhadores frente à postura dos banquerios, que apesar de conhecer as reivindicações dos trabalhadores há mais de dois meses, se limitaram a apresentar uma proposta sem aumento real, com PLR inferior a de 2008 e ainda se negam a discutir proteção ao emprego em caso de fusão”, disse Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e membro do Comando Nacional dos Bancários.

Na tarde desta sexta, mais de mil bancários participaram de passeata pela Avenida Paulista em São Paulo, principal centro financeiro do país, para pressionar banqueiros e denunciar os problemas da categoria à população.

No Rio de Janeiro, 17 mil bancários aderiram ao movimento, informou o presidente do Sindicato dos Bancários, Almir Aguiar. “A insatisfação dos bancários é realmente muito grande. Os trabalhadores compareceram em massa na assembleia e decidiram por unanimidade pela greve”, destacou. Para um balanço geral, veja no site da Contraf-CUT.

Os bancários reivindicam 10% de reajuste salarial (sendo 5% de aumento real), Participação nos Lucros e Resultados (PLR) com o pagamento de três salários, acrescidos de valor fixo de R$ 3.850. Os trabalhadores também querem o fim do assédio moral, das metas abusivas e a inclusão de uma cláusula de proteção ao emprego em caso de  fusão de bancos na Convenção Coletiva de  Trabalho.

Com informações do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

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