FUP e Petrobras voltam se reunir para tentar evitar greve dos petroleiros

Sindicalistas dizem que não haverá acordo se não houver melhoria nas questões ligadas à segurança; federação discute com o Ministério Público como garantir respeito à lei em caso de paralisação

São Paulo – A Petrobras e a Federação Única dos Petroleiros (FUP) vão se reunir novamente na manhã da próxima quinta-feira (10), em uma tentativa final para evitar a greve da categoria, por tempo indeterminado, a partir do dia 16. Mas a avaliação dos sindicalistas é de que dificilmente a paralisação deixará de ocorrer, devido à postura da empresa. Nesta quarta (9), dirigentes da FUP vão se reunir com representantes do Ministério Público do Trabalho (MPT) para discutir as formais mais adequadas de cumprir a Lei de Greve. Em quase todos os locais de trabalho, os petroleiros já aprovaram o movimento.

“Queremos exercer nosso direito de greve, mas respeitamos a sociedade”, diz o coordenador da FUP, João Antônio de Moraes, explicando a medida preventiva. “A Petrobras nunca aceita negociar as cotas de produção para preservar as necessidades da população. Usa isso para tentar manter a produção em 100% e, em caso de desabastecimento, acusar os grevistas.”

A proposta de 9% de reajuste, rejeitada nas assembleias, representa pouco mais de 1% de aumento real (acima da inflação), lembra a FUP. A reivindicação é de 10% de aumento real. Mas, mesmo que a empresa melhore sua oferta econômica, Moraes assegura que não haverá acordo se a Petrobras não avançar nas discussões sobre saúde e segurança. Segundo ele, apenas este ano morreram 16 trabalhadores em decorrência de acidentes na companhia – e a perspectiva de dobrar a produção nos próximos dez anos aumenta os riscos, lembra o sindicalista.

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