Com dez dias de greve, bancários participam de nova rodada de negociações em São Paulo
Dirigente afirma que mobilização cresce a cada dia e que a categoria não vai aceitar perdas na negociação
Publicado 15/09/2016 - 12h22
São Paulo – O Comando Nacional dos Bancários reúne-se hoje (15), às 16h, com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), na capital paulista, para mais uma rodada de negociações. O último encontro ocorreu ontem e os bancos não apresentaram nova proposta.
Segundo a Contraf-CUT , a oferta feita pelos bancos não cobre nem mesmo a inflação do período, de 9,62%, e por isso foi rejeitada. Em todo o país, 12.386 agências e 46 centros administrativos estão fechados.
“Vamos voltar à mesa de negociação com a federação dos bancos e queremos proposta decente para as reivindicações da categoria. A categoria não vai aceitar perdas e a mobilização que cresce a cada dia deixa isso muito claro. Todo mundo quer dinheiro no bolso, claro, mas com reajuste digno“, afirma Ivone Silva, secretária-geral do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.
A dirigente lembra outras reivindicações fundamentais para as quais os bancos até agora só disseram ‘não’. “Chega de demissões, os bancos precisam contratar para acabar com a sobrecarga de trabalho. Os R$ 394 do auxílio-creche/babá estão muito distantes do que os bancários gastam para deixar os filhos e os bancos podem melhorar esse valor. A inflação dos alimentos bateu a casa dos 17%, ou seja, o VA e o VR precisam de reajuste maior.”
Na última sexta-feira (9), a Fenaban apresentou aos bancários a proposta de 7% de reajuste nos salários e benefícios e um abono de R$ 3.300, que será pago dez dias após a assinatura do acordo. A proposta foi recusada pelos sindicatos.
Os bancários pedem reajuste de 14,78% (sendo 5% de aumento real e mais a correção da inflação), 14º salário, participação nos lucros ou resultados (PLR) de R$ 8.297,61, entre outras reivindicações.
Em nota, a Fenaban disse que a rodada agendada para hoje é uma nova reunião exploratória, na qual as partes discutirão as possibilidades a serem avaliadas para um acordo, a partir da aproximação entre as propostas já apresentadas.
A greve dos bancários começou no último dia 6.
Com informações da Contraf-CUT e dos Bancários SP