Ainda sem acordo, bancários e Fenaban vão retomar negociação nesta 6ª

Proposta de 8,4% de reajuste foi rejeitada pelos sindicalistas

São Paulo – Representantes dos bancários e da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) vão retomar as negociações a partir das 10h desta sexta-feira (14), para tentar um acordo que ponha fim à greve da categoria, que completa 18 dias. Esse acordo não foi atingido em quatro horas de reunião nesta quinta (13), em um hotel na região da avenida Paulista. A Fenaban aumentou a oferta para 8,4%, mas o índice foi considerado insuficiente pelos sindicalistas. No último encontro, em 23 de setembro, a Fenaban havia oferecido 8% de reajuste salarial na data-base (1º de setembro). A proposta foi recusada, e os bancários entraram em greve no dia 27, reivindicando 12,8% de aumento, sendo 5% de aumento real (acima da inflação).

“A proposta não avança porque representa somente 0,93% de aumento real, além de não trazer valorização do piso nem melhoria na PLR (participação nos lucros ou resultados)”, afirmou o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenador do Comando Nacional dos Bancários, Carlos Cordeiro. Segundo a confederação, a paralisação atinge agora 9.254 agências e centros administrativos, em todos os estados e no Distrito Federal. Após a reunião com a Fenaban, estão previstas negociações específicas com o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal.

A CUT informou que, nesta semana, procurou os ministros Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência da República) e Guido Mantega (Fazenda) para defender que os bancos públicos adotem postura diferente em relação aos bancos privados. “Somados, os bancos públicos têm um peso enorme nas decisões da Fenaban. Cobramos empenho do governo, que é acionista majoritário dessas instituições, para assumir uma nova abordagem nesse conflito trabalhista, que vem sendo marcado pela intransigência e autoritarismo dos bancos”, afirmou o presidente da central, Artur Henrique.