Ataque de onça a trabalhadora no Pará resulta em indenização de R$ 1 milhão

Vale e empresa terceirizada podem recorrer da decisão

São Paulo – Uma funcionária terceirizada que prestava serviços à Vale no Pará ganhou indenização de R$ 1 milhão por ter sido atacada por uma onça em seu primeiro dia de serviço. A decisão é de primeira instância e, portanto, as empresas podem recorrer. Para o juiz substituto Mauro Roberto Vaz Curvo, da 1ª Vara do Trabalho de Parauapebas, tanto a empresa contratante como a tomadora dos serviços são responsáveis pelo episódio – a auxiliar de serviços gerais Laurilete Canavieira Silva foi contratada pela TopGeo Topografia e Serviços, que prestava serviços à Vale em uma área de floresta, perto da Serra dos Carajás.

Segundo o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 8ª Região, o fato ocorreu em 23 de novembro do ano passado: “A funcionária saiu para almoçar no refeitório do acampamento da empresa, em companhia de uma colega de trabalho, quando foi atacada por uma onça suçuarana que estava à espreita”. Ainda de acordo com o TRT, ela só se salvou porque a colega pediu ajuda ao ver um carro que passava por perto. O barulho do automóvel e a buzina assustaram o animal, que fugiu para a floresta.

O ataque teria durado perto de dois minutos, causando ferimentos principalmente no rosto e no couro cabeludo, além de uma perfuração na região cervical. Correndo risco de morte, ela foi submetida a uma cirurgia. O juiz determinou indenização de R$ 700 mil por danos morais e de R$ 300 mil por danos estéticos. Ele entendeu que as duas empresas são responsáveis porque é de conhecimento geral a possibilidade de ataques de onças e outros animais naquela região – também seria comum a entrada de felinos no núcleo habitacional onde moram vários funcionários da mineradora.

Segundo o magistrado, “o desmatamento provocado pela Vale, com o intuito de explorar os minérios da região da Serra dos Carajás, além de constituir um fator de extermínio aos animais silvetres que habitam a referida região, predispõe ao ataque de felinos, inclusive contra seres humanos, ante a redução de presas naturais desses animais”.

 

 

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