São Paulo – Os aeronautas resolveram aceitar a proposta de reajuste salarial de 5,6%, rejeitada anteriormente, e desistiram da greve para começar amanhã (20). Segundo o presidente do sindicato nacional da categoria (SNA), Marcelo Ceriotti, a decisão foi tomada “em respeito aos usuários do transporte aéreo e pela fragilidade do sistema da aviação brasileira”, mas a categoria continuará buscando melhores condições de trabalho. “Buscaremos junto ao governo um trabalho conjunto para implementação de melhorias sustentáveis para o sistema de aviação nacional”, afirmou, segundo nota divulgada pela assessoria da entidade.

O índice aprovado em assembleias na tarde de hoje corresponde à variação da inflação em 12 meses (o INPC-IBGE ficou acumulado em 5,58% de dezembro do ano passado até novembro deste ano). Com data-base em 1º de dezembro, a categoria é formada por pilotos, co-pilotos e comissários de bordo.

A proposta do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA) inclui piso salarial no valor de R$ 3.256 para co-piloto e R$ 3.850 para comandante, além de vale-alimentação de R$ 294,30 para salários líquidos até R$ 3.248,01.

“Tínhamos consciência de que seria difícil avançar em questões econômicas, tendo em vista os prejuízos bilionários das companhias aéreas, mas tivemos evolução em muitas cláusulas sociais e por isso os trabalhadores votaram pela aprovação”, afirma o diretor do SNA José Adriano Castanho.

Entre as cláusulas sociais, os sindicalistas destacam o chamado passe livre, o que permitirá aos aeronautas da viação regular utilizar voos domésticos de qualquer companhia para voltar para casa, e melhores condições de escala para tripulantes no prazo de seis meses após o retorno da licenç- maternidade. Essas aeronautas serão dispensadas de voos com pernoite fora de casa ou com mais de oito horas.

Para trabalhadores em táxi aéreo, as discussões serão retomadas em janeiro.

Aeroviários

Os aeroviários (funcionários da área administrativa) rejeitaram a proposta oferecida pelo SNEA, mas decidiram cancelar a greve programada para amanhã e suspenderam as negociações até a primeira semana de janeiro.

“Decidimos suspender a greve por diversos fatores, mas o principal foi a intervenção de representantes do governo, que nos pediram sensibilidade para avaliar a paralisação nesta época do ano, se comprometendo a nos ajudar a resolver esse impasse no próximo mês. Esperamos ser recompensados”, disse o presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac, filiada à CUT), Celso Klafke.