Acordo prorrogado

À espera do julgamento no TST, trabalhadores dos Correios suspendem greve

Sindicatos atenderam a pedido do tribunal, que marcou julgamento do dissídio para 2 de outubro

Sintect/SP
Sintect/SP
Greve dos Correios, agora suspensa: sindicalistas afirmam que ECT só voltou a negociar depois da maior paralisação dos últimos anos

São Paulo – Trabalhadores na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) em todo o país decidiram suspender a paralisação iniciada às 22h do dia 10, atendendo a pedido do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que marcou o julgamento do dissídio coletivo para 2 de outubro. Até lá, a categoria – que tem data-base em 1º de agosto – se mantém em estado de greve.

“A unidade da categoria ecetista tem sido fundamental para a construção desta que é a maior greve da história recente dos trabalhadores dos Correios”, diz em nota a Fentect, federação nacional dos trabalhadores, que coordena a campanha salarial ao lado da Findect, federação interestadual. “Com essa gigantesca mobilização nacional e com a repercussão da greve, (os funcionários da ECT) conseguiram fazer a direção dos Correios e governo federal recuarem da intransigência assumida nas negociações, mas ainda há muito a ser feito.”

No último dia 12, as duas federações participaram de audiência no TST, depois que os Correios entraram com pedido de dissídio coletivo. Com o impasse, o ministro Mauricio Godinho Delgado propôs prorrogar o acordo coletivo até o julgamento. A empresa concordou, desde que a greve fosse suspensa. Assembleias realizadas nas bases ratificaram a decisão, e agora a expectativa é pelo posicionamento do tribunal. A Fentect “orienta que os sindicatos se mantenham alertas e continuem a mobilizar contra a venda dos Correios e contra a tentativa de retirada de direitos da classe trabalhadora”.

Para a Findect, a postura intransigente da ECT “só foi quebrada com a deflagração da greve, uma das maiores já realizadas pelos trabalhadores dos Correios em sua história”. A federação lembra que a companhia insiste em apresentar proposta de reajuste abaixo da inflação e alterar 45 cláusulas da convenção coletiva.

Em nota, os Correios afirmam que a paralisação foi parcial e que a empresa pôs em prática “um plano de continuidade de negócios, que estabelece ações de contingência para amenizar eventuais impactos à população”. Essas ações, diz a ECT, “continuarão a ser empregadas até que as entregas sejam normalizadas”.