Fechando o cerco

MPF intima Flávio Bolsonaro a depor sobre vazamento da operação Furna da Onça

Operação que revelou esquema de “rachadinha” no gabinete do então deputado e atual senador teria sido adiada para favorecer a eleição de seu pai, Jair Bolsonaro

Jefferson Rudy/Agência Senado
Jefferson Rudy/Agência Senado
Segundo Paulo Marinho o alerta a Flávio de que o amigo Queiroz estava na mira da PF partiu de um delegado da própria PF, partidário de Jair Bolsonaro

Brasil de Fato – O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro intimou o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) a prestar depoimento no âmbito da investigação criminal que apura vazamentos da Polícia Federal na Operação Furna da Onça, deflagrada em 2018.

Por causa do foro privilegiado, a intimação foi encaminhada ao procurador-geral da República, Augusto Aras, que a encaminhará ao parlamentar. Após o recebimento, Flávio Bolsonaro terá 30 dias para marcar o depoimento.

A operação, que trouxe à tona a denúncia do esquema de rachadinha no gabinete de Flávio Bolsonaro, teria sido adiada para não afetar a eleição de seu pai, Jair Bolsonaro. A investigação apura o vazamento da informação para o ex-deputado.

Em maio deste ano, Paulo Marinho, suplente do senador Flávio Bolsonaro, afirmou que o parlamentar foi avisado, entre o primeiro e o segundo turno das eleições de 2018, que a operação da Polícia Federal contra Fabrício Queiroz e desvio de dinheiro público na Assembleia fluminense, seria deflagrada em novembro daquele ano.

Segundo declarou Marinho, que é pré-candidato à prefeitura do Rio pelo PSDB, o alerta a Flávio partiu de um delegado da PF, partidário de Jair Bolsonaro. 

Na ocasião, ele afirmou que Flávio Bolsonaro o procurou “absolutamente transtornado”, em busca de indicação de um advogado criminal. E lhe confessou que os policiais teriam impedido a deflagração da operação em outubro de 2018, no meio das eleições, para não prejudicar a candidatura de Bolsonaro à presidência.

O partidário de Bolsonaro na Polícia Federal ainda teria dito a seu filho que deveria demitir imediatamente Queiroz e sua filha, Nathália Queiroz – essa que estava lotada no gabinete do presidente, à época, deputado federal em Brasília. Ambos foram, de fato, exonerados no dia 15 de outubro de 2018.

Leia os detalhes do caso e os desdobramentos das investigações na reportagem de Erick Gimenes, Igor Carvalho e Leandro Melito, do Brasil de Fato.

Edição RBA: Fábio M. Michel


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