Resumo

Greve dos bancários

paulo pepe Pela democratização do lucro No fechamento desta edição, a maioria dos sindicatos dos bancários estava em seu quinto dia de greve nacional, deflagrada depois de dois meses tentando […]

paulo pepe

Pela democratização do lucro

No fechamento desta edição, a maioria dos sindicatos dos bancários estava em seu quinto dia de greve nacional, deflagrada depois de dois meses tentando negociar com a Federação Nacional dos Bancos. Como as maiores instituições financeiras do país estão vendo seus lucros crescer a uma média superior a 20% ao ano, a categoria reivindica aumento que valorize os salários além da inflação e participação nos lucros e resultados mais compatível com o desempenho dos bancos. A greve encerrou a primeira semana de outubro com adesão estimada de 40% dos 400 mil empregados do setor em 24 estados e no DF.

Esses companheiros…

Como se não bastassem as dificuldades próprias da campanha salarial nacional, o Comando Nacional dos Bancários ainda tinha de administrar a vaidade de algumas correntes partidárias que – após o fracasso de seus candidatos na maioria das urnas do país – insistiam em transformar os microfones dos piquetes e das assembléias em palanque para tirar uma casquinha do governo, politizar o movimento, tentando desautorizar o Comando, que representa 90% dos sindicatos de bancários do país. Em algumas regiões, a greve chegou a ser antecipada com essa “nobre” finalidade.

Alckmin fez escola

A tropa de Geraldo Alckmin na Assembléia Legislativa de São Paulo, que barrou a instalação de 69 CPIs para impedir a investigação de denúncias contra sua administração, fez escola. O prefeito tucano de Piracicaba, Barjas Negri, mobilizou rapidamente aliados na Câmara Municipal para evitar, por 10 votos a 4, uma CPI local. A comissão iria investigar negócios da prefeitura com o empresário Abel Pereira. Suas empresas respondem, segundo reportagem da IstoÉ, por doações de 45 mil reais à campanha de Negri e, por coincidência, faturaram 10 milhões de reais, ou 40% do que a cidade gastou em obras no último ano e meio.

Ligando os pontos

Barjas Negri, que foi secretário-executivo do Ministério da Saúde na gestão de José Serra e seu sucessor na pasta, foi apontado pelos Vedoin – presos por comandar a máfia das ambulâncias – como facilitador das liberações de verbas. O empresário Abel Pereira seria um intermediário de Negri. Enquanto bradava para manter os holofotes sobre o escândalo da compra do dossiê antitucano por petistas – ação apelidada de Operação Tabajara –, o PSDB conseguiu abafar qualquer barulho em torno do conteúdo dos documentos, que comprovariam que a máfia dos sanguessugas agia, e melhor, desde 2001 na Saúde. No Congresso, a CPI dos Sanguessugas prometeu, mas ainda não cumpriu, apurar as relações entre Abel Pereira, Barjas Negri e José Serra.

Vacas profanas

As populações da África deveriam torcer para reencarnar como vacas na Europa. A frase é do egípcio Ismail Serageldin, em palestra na 10ª Conferência Geral da Academia de Ciências do Mundo em Desenvolvimento, no começo de setembro, em Angra dos Reis (RJ). Serageldin disse que uma vaca típica européia recebe 2,20 dólares por dia de subsídio da União Européia, enquanto milhões de pessoas na África vivem com 90 centavos.

Choque de ética

O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) foi à tribuna do Senado no último
dia 3 de outubro com sotaque de vilão de desenho infantil, aquele que sempre diz no final: “Eu voltarei…!” ACM se referia à derrota de seus candidatos ao governo e ao Senado e garantia que o “carlismo” não morreu. Aproveitou para pedir votos. “Chamo a atenção do Nordeste, principalmente, até mesmo da minha Bahia, para que impeçamos essa reeleição tão danosa para o país e coloquemosà frente do governo um homem de bem, honrado, como é o ex-governador Geraldo Alckmin”, disse o senador, paladino da ética.

Bom conselho

O presidente Lula acalenta cada vez mais a idéia de formar um conselho de economistas que – paralelamente à área econômica – avalie a conjuntura e discuta desenvolvimento de longo prazo. Muitos são favoráveis. De Luis Gonzaga Belluzo a Delfim Netto. Da CUT a entidades empresariais, como o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) e a Federação das Indústrias do Paraná. A pergunta é: quem seria contra? Os que hoje dominam o Conselho Monetário Nacional e o BC torcem o nariz.

Foco nos princípios

política, a divulgação de uma pesquisa da Fundação Dom Cabral sobre a longevidade das empresas no Brasil pode servir de parâmetro. O que faz uma empresa sobreviver: preocupar-se mais com seus princípios, nunca se acomodar, respeitar seu pessoal, saber delegar, empreender é a filosofia, o concorrente não é inimigo a ser eliminado, e agregar valores à companhia, em vez de resultados financeiros no curto prazo. E, na paixão de fazer sempre melhor, conviver com uma boa dose de estresse.

Prêmio Polícia Cidadã, edição 3

O esquema militarizado das polícias no Brasil ainda emprega em suas ações termos
como guerra, combate, cerco e baixas. A turma do choque ridiculariza propostas
como polícia comunitária ou cidadã: “Coisas de dançarinos”, dizem. Para ajudar a mudar essa mentalidade, o Instituto Sou da Paz promove a terceira edição do Prêmio Polícia Cidadã. O objetivo é aproximar a sociedade da polícia premiando práticas que respeitam a lei e os direitos das pessoas. Serão distribuídos 2,5 mil dólares e bolsas de estudos aos ganhadores. Um júri formado por pesquisadores, líderes comunitários e policiais de outros estados selecionou 56 ações finalistas. Neste ano, o voto do público também terá peso na escolha. Até o final de outubro: www.soudapaz.com.br/premiopolicia2006.

Seu delegado, me assaltei

Era o delegado Edmilson Pereira Bruno quem estava a postos para prender Gedimar Passos e Valdebran Padilha, em 15 de setembro. E, com eles, o dinheiro que seria utilizado por alguns petistas para obter o dossiê com munição contra o PSDB. E que, no dia 28, tapeou peritos, fotografou o dinheiro e ainda entregou um CD com as imagens, em plena rua, a meia dúzia de jornalistas. No dia seguinte, a dinheirama inundaria os jornais sem que nenhum deles revelasse a origem das fotos. Numa coisa Edmilson Bruno foi sincero emsua primeira versão sobre o episódio: disse que o CD com as fotos havia sido roubado. Só não disse, com a cumplicidade da mídia, que era ele o gatuno.