Fator positivo

Vannuchi: Fachin é boa indicação por ser ‘figura mais próxima dos movimentos sociais’

O comentarista afirmou que a demora pela indicação estava desgastando o Executivo com o STF

APLJ – Academia Paranaense de Letras Juricas

Luiz Edson Fachin aguarda aprovação do Senado para assumir cargo no Supremo Tribunal Federal

São Paulo – O analista político Paulo Vannuchi comentou hoje (15), em sua coluna na Rádio Brasil Atual, a indicação de presidenta da República para o Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo ele, o nome é muito bom, mas é preciso tomar cuidado com o golpe da mídia que busca inflamar Brasília para que vetem a recomendação. Ontem (14), Dilma designou Luiz Edson Fachin para o cargo. Ele terá de passar por sabatina no Senado.

“Nunca uma indicação do Executivo foi negada pelo Senado. Mas a hipótese não está afastada por causa da pretensão do Estadão com sua manchete, já que isso inflamará a mídia, para tentar criar em Brasília um ambiente que leve a Dilma ter mais uma derrota”, afirmou Vannuchi. Para o analista, o nome de Fachin é melhor para o cenário atual, beneficiando a presidenta. “Ele é figura mais próxima dos movimentos sociais. Esse pode ser mais um passo da Dilma para sair do cerco armado pela direita conservadora.”

Vannuchi avalia que a demora para a indicação da presidenta estava desgastando a relação entre os poderes. “Parecia um sinal de desapreço da presidenta pelo Supremo, porque claro com ministro a menos, o trabalho deles se ampliam muito.”

Terceirização

O comentarista também falou sobre outro assunto bastante repercutido durante o dia de ontem: o Projeto de Lei 4.330, sobre a terceirização. Para ele, a manifestação sobre o tema é tão grande que é a hora de saber qual é o limite de Eduardo Cunha, que tem que satisfazer as empresas que lhe prestaram ajuda financeira. “Nessa aceleração do presidente de Câmara, que amealhou recursos empresariais para eleger dezenas de deputados federais leais a ele. Prometendo entregar como presente para seus apoiadores empresariais, uma nova lei de terceirização.”

Vanucchi afirma que algumas gestões de grandes empresas como Volkswagem, Bradesco, Pão de Açúcar, serão alteradas se a lei entrar em vigor, pois diretores irão pedir demissões com uma indenização alta, para que assim montem firmas terceirizadas para atuar a favor destas companhias. “As demissões de funcionários começarão a virar uma rotina, mas com acordos de recontratação em 60 dias, por uma empresa terceirizada, para voltar ao mesmo posto que ocupava, porém ganhando até 30% menos. A partir daí, o inferno é o limite.”

“Ontem, os tucanos tentaram ser espertos em Brasília, e aprovaram, inclusive com voto do PT, um primeiro limite a essa lei, que estabelece no serviço público a proibição da contratação de terceirizados. Quando o PSDB vota assim, querendo tirar um pouco da indignação da classe trabalhadora, que reunifica a base de apoio de Dilma, retoma a nitidez de classe. É um projeto que interessa aos ricos e empresários, para baratear o custo do trabalho, e leva direitos da classe trabalhadora, tentando anular as conquistas dos últimos anos”, afirmou Vannuchi.

Ouça o comentário na íntegra para a Rádio Brasil Atual