São Paulo – Representantes de centrais sindicais e de grupos de empresários lamentaram a morte do ex-vice-presidente José Alencar. O político mineiro morreu nesta terça-feira (29) em São Paulo em decorrência das complicações provocadas pelo câncer contra o qual lutava há mais de uma década.

Em nota, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique, ressaltou que Alencar teve a marca de um “guerreiro destemido” e lembrou a importância do ex-vice na defesa do projeto conduzido por Lula. “Mesmo nos momentos de crise, e que simbolizou uma visão contemporânea de parcela do empresariado que acredita na possibilidade de combinar crescimento e distribuição de renda.”

O próprio presidente Lula destacou em diversas ocasiões o papel de Alencar dentro do governo. O mineiro, presidente da Companhia de Tecidos Norte de Minas (Coteminas), era indicado por Lula como o representante do capital numa coligação que já tinha a presença do trabalho. Para o ex-presidente, as eleições de 1989, 1994 e 1998, das quais saiu derrotado, poderiam ter tido resultado diferente com a presença de Alencar.

Crítico das taxas altas de juros, o ex-vice-presidente atraiu também a simpatia do empresariado, em especial no primeiro mandato, quando a política econômica conduzida por Antônio Palocci à frente do Ministério da Fazenda provocava fortes debates dentro e fora do governo.

Em nota emitida nesta terça, o presidente da  Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, lembrou que José Alencar foi um de seus antecessores à frente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG) e indicou ver na figura do empresário um brasileiro exemplar.

“Ele foi um industrial ousado e um líder empresarial que soube, com sabedoria e espírito empreendedor, construir o maior grupo têxtil do país. Político habilidoso, ajudou, com a mesma tenacidade que lutou pela vida, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a recolocar o Brasil no caminho do crescimento e projetar o país no exterior.”

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, destacou o poder de interlocução de Alencar com diferentes setores da sociedade. “A vida de José Alencar será sempre um testemunho inabalável de que o trabalho vale a pena e de que a política — exercida com ética e espírito público — é o meio legítimo, eficaz e digno de se contribuir para o bem comum.”

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) solidarizou-se com os familiares. “A vida de José Alencar será sempre um testemunho inabalável de que o trabalho vale a pena e de que a política – exercida com ética e espírito público – é o meio legítimo, eficaz e digno de se contribuir para o bem comum”, afirmou Paulo Skaf, presidente da entidade, segundo nota à imprensa. Alencar era presidente emérito da Fiesp.