Análise

Tendência é Lula vencer com quatro a seis pontos, diz analista

Pesquisas divulgadas nesta quarta-feira mostram liderança do petista sobre o atual presidente com diferença que varia de quatro a seis pontos percentuais

Eduardo Maretti
Eduardo Maretti
Segundo Ipec, 93% dos eleitores estão decididos e não admitem mais mudar de candidato

São Paulo – O cientista político Alberto Carlos Almeida acredita que o cenário das urnas na votação de 30 de outubro deve mostrar uma realidade muito próxima do que foi o primeiro turno. Ou seja, a liderança do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em 2 de outubro, Lula teve vantagem de 5,2 pontos percentuaIS (48,4% a 43,2%). “Independente da vantagem, se é de 11 milhões de votos, ou 8 milhões, é difícil mudar o voto”, diz o analista à RBA.

No primeiro turno, a vantagem de Lula, com 57,2 milhões votos, foi superior a 6 milhões. De lá para cá, as pesquisa vêm trazendo tendência semelhante.

Para Almeida, mesmo se a diferença fosse de 1 milhão, já seria difícil os votos serem virados. Um dos principais motivos é que os candidatos são extremamente conhecidos e o eleitor tem um grau de certeza muito grande no seu voto. Segundo a pesquisa Ipec divulgada na última segunda-feira (17), 93% dos eleitores estão decididos e não admitem mais mudar de candidato. Os que podem mudar, portanto, são apenas 7%. Ou 6%, de acordo com o Datafolha desta quarta, que traz 94% de decididos.

Segundo a pesquisa Datafolha, Lula lidera com 52% contra 48% do adversário, em votos válidos. Estudo da Quaest mostra o petista com 53% a 47% em votos válidos.

“Claro que uma vantagem maior dá um conforto maior, já que mais gente tem que mudar. No primeiro turno, a vantagem foi de 6 milhões de votos. No segundo turno, se mantiver cinco pontos, a vantagem aumenta”, avalia Almeida. “Eu acho que a tendência é ter um resultado desse tipo. Cinco pontos percentuais de vantagem de Lula sobre Bolsonaro no segundo turno. Pode ser um pouco mais, seis pontos, pode ser um pouco menos, quatro pontos. Mas estou muito tranquilo com relação ao favoritismo de Lula”, aponta o cientista político.

Tentativa de criminalizar pesquisas

Na noite de terça-feira, a Câmara dos Deputados aprovou, por 295 votos favoráveis e 120 contrários, o requerimento de urgência para o Projeto de Lei 96/11, do deputado Rubens Bueno (Cidadania-PR), que prevê multas a institutos de pesquisa e altera o conceito de pesquisa fraudulenta.

Ao projeto, está apensada proposta do líder do governo Bolsonaro na casa, Ricardo Barros (PP-PR), que prevê até 10 anos de prisão para quem “publicar, nos 15 dias que antecedem as eleições, pesquisa eleitoral cujos números divergem, além da margem de erro declarada, em relação aos resultados apurados nas urnas”. 


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