Parlamento

Com renovação de um terço das cadeiras, Senado tem avalanche conservadora

PL, do atual presidente, terá a maior bancada. PT ganha duas cadeiras, e PSDB encolhe

Jonas Pereira/Agência Senado
Jonas Pereira/Agência Senado

São Paulo – Ao renovar ontem (2) um terço de suas cadeiras, ou 27 das 81 vagas, o Senado acentuou seu perfil conservador. Eventual pedra no sapato do atual presidente, a chamada Casa revisora poderá dar mais sustentação a propostas de um possível novo governo Bolsonaro – ou dificultar a vida de um governo Lula. Candidatos ligados ao bolsonarismo levaram mais de dois terços das vagas. Oito deles são do PL, partido do presidente, que terá a maior bancada.

No meio, algumas surpresas, como o Astronauta Marcos Pontes (PL), ex-ministro de Jair Bolsonaro. Ele deixou o governo para disputar o Senado por São Paulo, não era tido como favorito, mas desbancou o ex-governador Márcio França (PSB), que liderava com folga todas as pesquisas. No Rio de Janeiro, as apostas se confirmaram, e o ex-jogador Romário (PL) ficará mais oito anos. No Distrito Federal, outra ex-ministra, Damares Alves (Republicanos), ganhou a vaga. E o vice-presidente, Hamilton Mourão (Republicanos), derrotou o ex-governador Olívio Dutra (PT) no Rio Grande do Sul.

MDB diminui, PT cresce

Há décadas com a maior bancada, o MDB desta vez só elegeu um: Renan Filho, em Alagoas. Passa a ser a terceira bancada. O PT fez quatro senadores: Beto Faro (PA), Camilo Santana (CE), Teresa Leitão (PE) e Wellington Dias (PI).

Passado o primeiro turno, 13 senadores terminarão seus mandatos em 2023. Entre eles, além dos não eleitos, os que concorreram a outros cargos e os que resolveram não disputar novamente. No total, foram 40 candidatos a diversos cargos, com seis eleitos e 27 que não conseguiram. E ainda há aqueles que estão disputando segundo turno nos estados.

Cinco reeleitos

Os reeleitos ontem, além de Romário, foram Omar Aziz (PSD-AM), Davi Alcolumbre (União-AP), Otto Alencar (PSD-BA) e Wellington Fagundes (PL-MT). Oito não conseguiram a reeleição. Entre eles, Alvaro Dias (Podemos-PR), que perdeu justamente para o ex-ministro Sergio Moro (UB). E também Rose de Freitas (MDB), Roberto Rocha (PTB-MA), Telmário Mota (Pros-RR), Dário Berger (PSB-SC), Acir Gurgacz (PDT-RO), Kátia Abreu (PP-TO) e Alexandre Silveira (PSD-MG).

O PL ganhou cinco e começará a próxima legislatura com 14 senadores. PSD e UB terão 11 cada e o MDB, 10. O PT ficará com nove parlamentares, dois a mais. Depois vêm PP e Podemos (seis), PSDB (quatro), PDT e Republicanos (três) e Cidadania, Pros, PSB e PSC, com um cada.

Antes das eleições, o MDB contava com a maior bancada do Senado, com 12 integrantes, como o PSD. O PL tinha nove e o Podemos, oito. PP e PT, sete cada. Depois, vinham PSDB e UB, com seis. Na sequência, o PDT, com quatro. Pros e PTB, dois cada. Com um: Cidadania, PSB, PSC, Rede e Republicanos. E um sem partido.

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