Relatório da CPI do Cachoeira será ‘contundente’, afirma Odair Cunha

Relator deve ler seu voto, que já tem mais de mil páginas, na sessão do próximo dia 20

Odair Cunha (direita) ao lado do presidente da CPI, senador Vital do Rego (Foto: José Cruz/ABr

Brasília – O deputado Odair Cunha (PT-MG), relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista que investiga as relações criminosas de Carlinhos Cachoeira, deve apresentar seu relatório final no próximo dia 20 de novembro. Até lá, o esforço será para fechar o texto, e a CPI não fará mais reuniões para oitiva de testemunhas ou para aprovação de requerimentos.

Odair Cunha não tem dado entrevistas sobre o assunto, mas, por meio de seu blog na internet, antecipou que o relatório já possui mais de mil páginas e “será bastante contundente”. O relator também informou que pedirá o indiciamento de todos os depoentes que se recusaram a falar na comissão de inquérito.

O deputado disse que analisou 69.694 páginas referentes a sigilos bancários, 11.333 folhas relativas a quebras de sigilo fiscal de 75 pessoas físicas e jurídicas e, ainda, 45.594 páginas de extratos de ligações telefônicas. Somando documentos, planilhas, fotos, vídeos, extratos, áudios e relatórios analíticos, chega-se ao total de 1,1 terabayte de informações recebidas.

Depois de apresentado o relatório, haverá sessões para leitura, discussão e finalmente votação do documento; nesta fase, pode haver concessão de vista pelo prazo máximo e improrrogável de cinco dias, conforme Regimento Interno do Senado, que permite ainda o voto em separado aos integrantes da comissão que não concordarem com o relator.

Requerimentos

Mesmo sabendo que não têm mais chances de verem seus pedidos apreciados, os parlamentares continuam apresentando novos requerimentos à comissão. Agora já são 638, entre solicitações de convocações e informações, além de quebras de sigilo.

O mais recente deles foi apresentado pelo senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) no último dia 7 de novembro, para saber detalhes sobre operações bancárias e depósitos feitos por uma empresa apontada como laranja da Delta Construções.

O relator Odair Cunha já havia dito que todo o material deve ser encaminhado ao Ministério Público para uma possível continuação das investigações. Também serão enviados sigilos fiscais, telefônicos e bancários que não foram analisados, além de documentos já solicitados pela comissão e que ainda não chegaram ao Parlamento.

Representação

Também já está nas mãos do Ministério Público representação elaborada por parlamentares do PSDB, pedindo o prosseguimento das investigações sobre o envolvimento da Delta com o esquema do contraventor goiano.