São Paulo – O prefeito eleito de São Paulo, Fernando Hadddad (PT), e sua equipe de transição se reuniram hoje por mais de duas horas com a bancada de vereadores do PT na Câmara. Os principais temas foram o Orçamento de 2013 e as promessas de campanha, como o Bilhete Único Mensal, o fim da taxa de inspeção veicular e convênios com o governo federal. A reunião foi feita no 5º andar do prédio da Caixa Econômica Federal na praça da Sé, na região central, onde está sediado o governo de transição de Haddad.

De acordo com o vereador Antonio Donato (PT), chefe da equipe de transição, o Orçamento ocupou o primeiro lugar na reunião. “Merece uma atenção da bancada, principalmente para que ele contenha as preocupações e as propostas apresentadas pela campanha de Fernando Haddad (PT) durante o processo eleitoral, que isto esteja contemplado no Orçamento”, disse.

Segundo Donato, não há, por parte da bancada e da equipe de transição, uma grande preocupação em relação ao Orçamento por conta do índice de remanejamento que o Executivo tem para deslocar dotações de uma área para outra. “Na verdade, o que eu sinto na Câmara, da maioria, é uma grande vontade de apoiar as medidas do prefeito eleito”, disse.

O projeto orçamentário enviado em setembro pelo prefeito Gilberto Kassab (PSD) à Câmara prevê uma dotação total de R$ 42 bilhões e um índice de remanejamento de 15%. Segundo ele, este índice é suficiente para abarcar as principais propostas feitas por Haddad durante a campanha, como o Bilhete Único Mensal, que tem gasto anual estimado em R$ 400 milhões.

“É evidente que nós queremos que tenha recursos para a implementação do Bilhete Único Mensal, os recursos necessários para o fim da taxa de inspeção veicular, que vai acontecer neste ano (2013), porque é preciso ter o recurso para remunerar o contrato. E existe também a necessidade de ter os recursos para os convênios com o governo federal. E eu tenho certeza que serão muitos desde o início do governo e em várias áreas. Estamos estudando na nossa equipe de transição a melhor maneira para que isso seja apresentada no Orçamento.”

Donato afirmou que, informalmente, já conversou com o presidente da Comissão de Finanças da Câmara, o vereador Milton Leite (DEM), sobre o processo de definição do relator do Orçamento. “Assim que isto for definido, a bancada petista irá conversar com o vereador escolhido para que as propostas do novo prefeito sejam incorporadas no seu próprio relatório, mas participaremos de todas as audiências públicas e defenderemos as propostas que foram apresentadas por Haddad neste processo eleitoral”, disse.

Legislativo

A segunda questão discutida na reunião de hoje no centro foi a estratégia do PT para a composição da mesa diretora da Câmara para o próximo ano. “Nós defendemos o princípio da proporcionalidade entre os partidos. Ou seja, o maior partido teria a presidência da Câmara, no caso o PT, o segundo maior partido, que é o PSDB, teria a Secretaria Geral, e assim por diante, para que a gente tenha uma unidade do Parlamento respeitando a situação e a oposição conforme sua força e a força de cada partido”, disse. Segundo ele, ainda não foram discutidos nomes de vereadores da bancada petista para a presidência do Legislativo.

O vereador disse que a formação do secretariado de Haddad e a distribuição de cargos não foram discutidas na manhã de hoje. Segundo Donato, Haddad é que vai decidir como seu secretariado será formado. “Ele (Haddad) tem vontade de construir um governo de coalizão, com várias forças políticas, de corresponsabilidade com outras forças políticas e partidos da cidade de São Paulo e é este processo que está em curso e que a bancada do PT também referendou achando que é importante para o desafio de governar São Paulo, de executar as mudanças necessárias para a cidade”, disse.

Amanhã, também na parte da manhã e no prédio da Caixa, Haddad vai se reunir com a bancada petista na Assembleia Legislativa de São Paulo e, na segunda feira, será a vez de falar com os deputados federais do partido. Além de Donato, integram a equipe de transição do PT Luís Fernando Massoneto, Úrsula Peres e Cida Perez, que foi secretária de Educação durante a gestão da senadora Marta Suplicy (PT) na prefeitura de São Paulo.