PSOL deixa para outubro definição de candidato à presidência

Heloísa Helena defende que programa a ser defendido em 2010 seja definido antes de candidatura e frustra setores do partido

A ex-senadora Heloísa Helena afirma durante abertura do congresso que unidade do partido não pode surgir artificialmente por conta de bom desempenho nas pesquisas (Foto: Antonio Jacinto Índio. PSOL)

O PSOL decidiu deixar para outubro a oficialização sobre o candidato do partido às eleições presidenciais do ano que vem. O 2º Congresso Nacional terminou no domingo (23) em São Paulo, tendo Heloísa Helena como a principal opção.

Mas a ex-senadora prefere que antes seja construído o programa de propostas que serão apresentadas pelo PSOL em 2010. Como defendeu desde o início do congresso, na sexta-feira (21), a presidente do partido apontou que uma “candidatura à Presidência da República não é uma decisão pessoal. Ela reflete o acúmulo da estrutura partidária e a construção do programa”.

A posição de Heloísa Helena frustrou setores do partido que esperavam deixar o evento com uma campanha presidencial a iniciar. Luis Arnaldo Dias, da direção do PSOL no Pará, afirmou que “chegamos a este Congresso com a esperança de indicar a companheira Heloísa Helena para a Presidência da República, mas a verdade é que Heloísa não desejava ser indicada aqui. Isso levou à convocação da convenção eleitoral”.

A ex-senadora não esconde que está dividida entre disputar a presidência da República ou retornar ao Congresso. O anseio é disputar no próximo ano a vaga no Senado com Renan Calheiros: “a luta lá não é uma coisa qualquer, não é uma coisa simples. A elite política lá não é uma coisa qualquer. Então é justo que o povo de Alagoas peça que eu disponibilize meu nome para enfrentar a direita cínica, farsante, assassina e corrupta do estado”, afirmou na sexta-feira.

A cada vez mais desenhada candidatura de Marina Silva pelo PV também é um fator que divide opiniões dentro do PSOL. Para o ex-senador Babá, um dos fundadores do partido, a senadora que na semana passada deixou o PT representa uma falsa esquerda “que não representa uma alternativa para a classe trabalhadora”.

Mais comedido, o deputado Ivan Valente afirma que Marina Silva “tem um perfil importante, é uma pessoa respeitável. Ainda é uma incógnita, mas achamos que é uma candidatura bem-vinda porque ajuda a pulverizar a polarização entre Dilma e (José) Serra”.

Com informações da assessoria do PSOL.