PSDB fala em união, mas impasse para candidatura em São Paulo continua

Líderes tucanos não comparecem a debates sobre prévias e ampliam sensação de que democratização interna pode ser descartada, em favor de Serra

A partir da esquerda: José Aníbal, Julio Semeghini, Bruno Covas, Andrea Matarazzo e Ricardo Trípoli. Figuras emblemáticas do PSDB seguem longe dos debates internos (Foto: GaboMorales / Folhapress)

São Paulo –  Em novo debate entre pré-candidatos do PSDB à prefeitura de São Paulo, realizado na noite da quinta-feira (9), na zona leste da capital, a palavra de ordem dada à militância voltou a ser “união”. A legenda vive a iminência de um racha em vários pedaços, provocado pela demora na definição de um nome para concorrer ao pleito do segundo semestre. Enquanto os dirigentes municipais e os pré-candidatos defendem a realização de prévias, a ideia parece passar longe das intenções dos principais representantes paulistas do partido, o governador Geraldo Alckmin, o ex-governador José Serra e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Mas se Alckmin defende a candidatura de Serra, prometendo-lhe apoio incondicional, o próprio Serra, por sua vez, está voltado para um projeto nacional – ele ainda pretende ser o candidato da legenda à eleição presidencial de 2014.

A divergência de ideias dentro do núcleo paulista tende a agravar ainda mais a crise interna do PSDB, que busca reencontrar a unidade desde a campanha presidencial de 2010, quando Serra foi derrotado. Para a eleição municipal no maior colégio eleitoral tucano do país, nenhum nome do partido, tampouco qualquer um dos quatro pré-candidatos, é unanimidade.

No encontro que voltou a reunir Bruno Covas, José Aníbal, Ricardo Trípoli e Andrea Matarazzo – postulantes à indicação para o pleito – o presidente do diretório municipal, Julio Semeghini, voltou a defender as prévias internas e a garantir que a decisão da militância terá o apoio dos maiores mandatários da legenda, apesar de nenhum deles ter ainda comparecido aos três debates já realizados. “Tenho certeza absoluta que todas lideranças, como o Alckmin e o FHC, têm nos apoiado (em relação às prévias). Temos falado freqüentemente com todos eles no sentido de consolidar essas prévias e delas sair o candidato”, declarou, em discurso.

Vôo expresso

A legenda corre contra o tempo para definir a chapa que vai concorrer contra a provável candidatura de Fernando Haddad, do PT. O Diário Oficial do Estado, na edição da mesma quinta-feira, publicou a resolução de que as prévias tucanas devem ocorrer em 4 de março. Mas ainda há uma série de questões a resolver, antes da decisão por um dos quatro pré-candidatos ou por José Serra.

O ex-governador defende a aliança com Guilherme Afif, do PSD, como forma de consolidar a aliança com o partido do atual prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Esse, porém, flerta com o PT e já declarou que aceita uma chapa em que indicaria o nome para a vice-prefeitura – o que pode mudar, no caso de uma candidatura Serra.

 

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