CPI dos pedágios

Petistas dizem não encontrar ação contra concessionárias anunciada por Alckmin

Aliados dizem que processo prometido pelo governador paulista corre em segredo de justiça para não prejudicar empresas com ações cotadas em bolsa. Petistas duvidam de versão

Maurício Garcia de Souza/ALegislativa

Bittencourt e Mentor consideram insatisfatória explicação dada por tucanos a respeito de ação

São Paulo – A Comissão Parlamentar de Inquérito dos Pedágios, na Assembleia Legislativa de São Paulo, realizou hoje (4) sua quinta sessão, com destaque para os pedidos de vista. Foram dez, a maioria (seis) do deputado Luciano Batista (PTB). A oposição, representada pelos deputados do PT Antonio Mentor e Gerson Bittencourt, insistiu para que os deputados da base do governador Geraldo Alckmin (PSDB) conseguissem a informação, mesmo que “informalmente”, sobre as ações judiciais que o governo anunciou ter ajuizado contra concessionárias de rodovias paulistas.

No dia 18 de maio, duas semanas após a instalação da CPI, a imprensa paulista divulgou em manchete que o governo estava processando três concessionárias. Mentor afirmou que o partido procurou as ações no Judiciário paulista, mas não encontrou nenhuma informação.

Segundo o líder do PSDB, Cauê Macris, a ação corre em segredo de Justiça e a divulgação de informações seria prejudicial ao mercado de capitais. “As empresas processadas têm ações na bolsa. A consequência da divulgação de uma ação sobre elas geraria impacto pelo fato de essas empresas terem capital aberto na bolsa”, justificou Macris.

Os petistas querem informação sobre o teor das ações, que tratam de aditivos feitos no fim do governo de Cláudio Lembo (ex-DEM), que sucedeu Alckmin em março de 2006. Os aditivos prorrogaram prazos de contratos de concessão assinados em 1998, no governo de Mário Covas. Teriam proporcionado ganhos indevidos de R$ 2 bilhões às concessionárias.

O deputado Antonio Mentor disse entender que as ações corram em segredo de justiça, mas não que elas não possam ser localizadas. “Nessas ações, o que existe é o segredo de conteúdo, mas não um segredo da existência das ações. Procuramos no Tribunal de Justiça e não encontramos nada”, afirmou o petista.