Pela primeira vez, ex-guerrilheiro é condecorado com medalha das Forças Armadas

O ex-deputado federal José Genoino ingressou recentemente no Ministério da Defesa e é a favor da instalação da Comissão da Verdade (Foto: Brizza Rodrigues. Agência Câmara) Rio de Janeiro – […]

O ex-deputado federal José Genoino ingressou recentemente no Ministério da Defesa e é a favor da instalação da Comissão da Verdade (Foto: Brizza Rodrigues. Agência Câmara)

Rio de Janeiro – Pela primeira vez, um ex-integrante de grupos armados no Brasil foi condecorado com a Medalha da Vitória, na data em que se comemoram os 66 anos da atuação das Forças Aliadas que combateram na 2a Guerra Mundial, com a participação da Força Expedicionária Brasileira (FEB), nos campos de batalha na Europa.

O condecorado com a Medalha da Vitória foi o ex-deputado federal José Genoino, que recentemente foi nomeado assessor especial do Ministério da Defesa e participou da Guerrilha do Araguaia na década de 70.

Sobre a homenagem, Genoino disse que o Brasil amadureceu. “Eu acho que o Brasil tem que definir bem os projetos de defesa para o futuro. O direito à memória faz parte da nossa história democrática e isso não deve atrapalhar a agenda do futuro.”

Genoino ainda brincou com o fato de ter sido agraciado com a medalha entregue pelo Ministério da Defesa a 284 personalidades e instituições que contribuíram para difundir a atuação do Brasil na 2a Guerra Mundial.

 “Olha, já tem acontecido tanta coisa na minha vida e na história do Brasil que a gente só tem que acreditar no Brasil e no futuro, porque muita coisa surpreendente vem acontecendo positivamente.”

O ex-deputado que não conseguiu se reeleger nas últimas eleições para a Câmara dos Deputados disse que tem “uma relação muito tranquila e democrática com as Forças Armadas”.

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse que a indicação de Genoino como um dos homenageados foi uma escolha pessoal e que não houve qualquer objeção ao nome do ex-parlamentar.

“Nós estamos todos olhando para frente, ou seja, o que nós estamos querendo fazer e que o Brasil deseja fazer é um grande ajuste de contas com o seu futuro. O Brasil não quer retaliar o seu passado”, disse o ministro, que se diz confiante a respeito da instalação da Comissão da Verdade: “É a recomposição da memória histórica para que também nós tenhamos segurança em relação ao futuro. Mas não tem nenhum objetivo retaliatório nem investigatório.”

Fonte: Agência Brasil.