Suiçalão

Para Vannuchi, mídia usa ‘celebridades’ para encobrir poderosos no caso HSBC

Analista político cobra dignidade de profissionais do jornalismo, que seguram informação para proteger donos de grandes veículos de comunicação

ANDREW COWIE/EFE

HSBC: Senado vai investigar escândalo das contas secretas na Suíça em CPI que deve começar a funcionar nesta semana

São Paulo – O analista político da Rádio Brasil Atual Paulo Vannuchi comenta hoje (23) que as manchetes dos grandes jornais e portais que trazem celebridades envolvidas no escândalo das contas secretas do HSBC na Suíça são tentativas de acobertar os nomes que realmente importam, como os das famílias Frias, proprietária da Folha de S. Paulo, e Saad, do grupo Bandeirantes, e de nomes relacionados ao PSDB, como Armínio Fraga, anunciado como ministro da Fazenda na chapa derrotada de Aécio Neves.

Já está tudo pronto para que comece a funcionar, no Senado, a Comissão Parlamentar de Inquérito que busca apurar o caso, e contou com o apoio das lideranças do PT e do PMDB. Nenhum senador do PSDB assinou o requerimento para a instalação da comissão.

O comentarista explica a gravidade do escândalo, pois tais contas secretas podem revelar, segundo ele, a ocorrência de crimes como evasão fiscal, em cumplicidade com as autoridades do banco. Vannuchi lembra que todos terão o devido direito a defesa.

“O que não pode é haver dois pesos e duas medidas”, diz o comentarista, “especialmente se um jornalista decide segurar, por semanas a fio, para não atrapalhar o ataque ao PT e para não colocar no noticiário os donos dos jornais em que trabalha, ou trabalhava”, fazendo referência ao jornalista Fernando Rodrigues, do UOL, com longa passagem pelo grupo Folha.

Vannuchi cobra que os jornalistas levem “em conta a necessidade de não abandonarem, de vez, uma postura de dignidade profissional. O bom jornalista não tem rabo preso, como gosta de dizer a Folha“.

O analista diz que a CPI, que deve começar a funcionar nesta semana, “é ambiente adequado” para que os envolvidos se expliquem, na medida em que é menor o poder de influência dos grandes grupos econômicos.

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